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Reconhecer os melhores docentes é das maiores falhas de gestão escolar

A promoção e o reconhecimento dos professores com melhores desempenhos são das maiores falhas da gestão escolar, segundo um estudo hoje divulgado em que as escolas portuguesas surgem com uma avaliação "relativamente mediana".

Reconhecer os melhores docentes é das maiores falhas de gestão escolar

© Shutterstock

Lusa
18/09/2025 16:36 ‧ há 4 horas por Lusa

Uma equipa de investigadores da Nova SBE e da Universidade do Minho entrevistou este ano mais de quatro mil professores e diretores de mais de 700 escolas de todo o país para saber o que pensam sobre as práticas de gestão escolar, tendo as escolas portuguesas obtido uma classificação global de 0,6 pontos, numa escala de zero a um.

 

"O resultado português é relativamente mediano", disse o investigador Pedro Freitas, da Universidade de Oxford, que apresentou aos jornalistas um dos capítulos do estudo "A Voz dos Professores: Motivações, Desafios e Barreiras ao Desenvolvimento da Carreira", hoje divulgado em Lisboa.

Apesar do resultado médio, existem áreas muito deficitárias, como a capacidade de promover e reconhecer os melhores desempenhos ou conseguir que o ensino e as aprendizagens sejam personalizados tendo em conta os diferentes alunos.

Por detrás destes resultados gerais, os investigadores encontraram realidades diferentes nas escolas privadas e nas públicas: Os docentes do ensino privado trabalham mais em equipa para tentar resolver os problemas e é mais fácil ser reconhecido profissionalmente quando se trabalha num colégio, onde também há mais hipóteses de se ser premiado financeiramente.

"As escolas públicas têm limitações na sua autonomia de recursos humanos que, por vezes, as privadas não têm o que acaba por se reproduzir nesta medida de qualidade de gestão", defendeu Pedro Freitas.

Curiosamente, um em cada quatro professores do ensino privado (24%) admitiu a hipótese de, em breve, passar a dar aulas numa escola pública, segundo o estudo hoje divulgado, que alerta também para o facto de a maioria de todos os professores com menos de 30 anos admitir mudar de profissão nos próximos anos.

Voltando à gestão das escolas, quando se agregam todas as dimensões, "as diferenças entre público e privado não são assim tão grandes, com as escolas a apresentarem práticas de gestão semelhantes".

Entre as áreas mais bem sucedidas destacam-se o planeamento baseado nos resultados escolares dos alunos e as ações para melhorar ainda mais esses resultados.

No entanto, o olhar para a gestão escolar varia consoante a resposta é dada pelos diretores ou por professores, com os primeiros a defender que é muito habitual os professores participarem ativamente e os docentes a achar que não é assim tão habitual.

Nas práticas de gestão com impacto direto na atividade docente, menos de metade dos professores refere contacto regular com a direção em aspetos ligados à atividade pedagógica, em contraste com os diretores, que reportam níveis muito mais elevados, revelando uma grande assimetria de perceções.

Também neste aspeto, "o diferencial entre o que os diretores dizem e o que os professores pressionam é maior nas escolas públicas do que nas escolas privadas", afirmou ainda o investigador, sublinhando que no final, a maioria dos professores consideraram que a "positiva ou muito positiva" a qualidade da gestão dos seus diretores.

Leia Também: Metade dos jovens professores admite admite abandonar a profissão

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