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Voluntários limpam 'grafittis' para Lisboa ficar mais bonita

Mais de 300 voluntários lisboetas estão hoje a "tornar a cidade ainda mais bonita", limpando assinaturas e "escritos" em paragens de autocarro, papeleiras ou outro mobiliário urbano, numa ação que também sensibiliza cada um para cuidar do bairro.

Voluntários limpam 'grafittis' para Lisboa ficar mais bonita
Notícias ao Minuto

20:09 - 26/09/15 por Lusa

País Mobiliário

Os 'grafittis' e os 'tags', diferentes dos desenhos cuidados ou a arte urbana, aparecem por toda a cidade, nas paredes dos edifícios e nos equipamentos públicos e são mesmo classificados como vandalismo já que acabam por sujar e estragar bancos de jardim, sinais de trânsito, cabines telefónicas, gradeamentos e parques infantis.

Os moradores do Bairro Alto, da rua de S.Paulo ou da Mouraria não gostam de ver as suas ruas sujas e consideram que é um "triste cartão de visita" para os inúmeros turistas que estão na cidade. Por isso, aderiram ao apelo de se juntarem e passarem uma horas a retirar tintas de vários objetos.

"Queremos mostrar a nossa cidade mais bonita, com mais luz, mais brilho", disse à agência Lusa Gracinda Rebolo, uma das voluntárias que esteve no Chiado e no Bairro Alto.

A iniciativa "Lisboa mais limpa" insere-se na Capital Europeia do Voluntariado e foi organizada a Câmara Municipal de Lisboa (CML), mas teve a adesão das juntas de freguesia e de instituições como o Corpo Nacional de Escutas.

"Tivemos mais de 300 voluntários e as juntas de freguesia foram inexcedíveis na sua colaboração", disse à Lusa a diretora do departamento para os Direitos Sociais da CML, Susana Ramos.

A responsável explicou que não se trata de remover o 'grafitti', que é arte urbana, mas sim "de atos que podem ser considerados vandalismo e dar menos cor à cidade e incomodam".

"Conseguimos também [incentivar] o sentimento de pertença a participação" de vários moradores, acrescentou.

Para Luís Paisana, outro voluntário morador no Bairro Alto, o mais difícil "é limpar a tinta que é ácida, mesmo com um detergente mais forte" e realça a importância desta ação para sensibilizar os lisboetas e visitantes para a necessidade de preservar a cidade e o seu património cultural "demasiado importante para ser destruído".

Aliás, não são só os objetos que fazem parte do mobiliário urbano e as paredes a receberem estes 'grafittis', por exemplo, muitos monumentos também estão marcados.

Mas, estes exigem outros cuidados e a intervenção técnica de profissionais. A CML desempenha esta tarefa na qual gasta cerca de um milhão de euros por ano, segundo Susana Ramos.

"Cada um tem de fazer a sua parte e não só esperar pelas entidades, culpar e exigir", realçou ainda o voluntário Luís Paisana.

Igual opinião transmitiu Carlos Pinha, que se ofereceu para ajudar e para quem este tipo de vandalismo "é uma consequência do mundo de hoje, da situação atual em que cada um faz aquilo que acha que pode, prejudicando o património e as outras pessoas".

Carlos Pinha deixou, no entanto, uma nota positiva. Quando estava a limpar uma paragem de autocarro, alguém que passava aproximou-se e ficou a ajudar na tarefa. "É este efeito multiplicador que faz todo o sentido", frisou.

Quanto aos autores das assinaturas, defendeu Carlos Pinha, a insistência na limpeza das marcas que deixam no mobiliário urbano vai faze-los "perceber que o que fazem hoje vai ser apagado amanhã" e com uma intervenção continuada de um conjunto de voluntários, "a criar um movimento de oposição, eles vão acabar por desistir", concluiu.

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