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Instituto de Habitação do Porto: Moradores contestam aumento de rendas

Moradores dos bairros do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), no Porto, concentraram-se hoje à porta desta entidade para exigir a suspensão dos aumentos dos valores das rendas que, em alguns casos, ronda os 300 euros.

Instituto de Habitação do Porto: Moradores contestam aumento de rendas
Notícias ao Minuto

19:02 - 16/12/15 por Lusa

País IHRU

"Os moradores não têm culpa de não terem sido aumentados desde 1993 e, agora, em três anos sofrem aumentos de dez anos, o que é uma estupidez", disse à Lusa um dos organizadores do protesto, António Pereira.

Segundo António Pereira, há moradores que pagavam uma renda de 28 euros que, atualmente, passou para os 300.

"Algumas pessoas já abandonaram as casas e outras ameaçam não pagar a renda no próximo ano porque não têm mesmo condições para suportar os aumentos", frisou.

No Porto, são oito os edifícios da responsabilidade do IHRU: Ramalde de Meio, Pereiró, Contumil, Leonardo Coimbra, São Tomé, Sá Miranda, Paranhos e Viso.

As rendas começaram a ser aumentadas em 2014 e de forma faseada, estando prevista uma nova alteração no próximo mês de janeiro.

António Pereira lembrou que as pessoas que vivem nestes bairros têm baixos rendimentos e, em muitos casos, sofreram uma "grande redução" nos seus rendimentos devido aos cortes salariais e eliminação das prestações sociais.

"Há reformados que nem dinheiro têm para pagar a medicação, o que fará para pagar as rendas astronómicas", questionou.

A título de exemplo, o morador disse que havia pessoas em 2013 a pagar uma renda de 28 euros que passou para 150 e, no ano seguinte, para 247 e, para 2016, será de 320.

António Pereira realçou que, em média, o aumento das rendas atingiu 1500 famílias, não tendo as outras sofrido alterações devido às suas "muito frágeis" condições socioeconómicas.

Maria de Lurdes Rebelo, moradora do Bairro do Viso há 28 anos, afirmou que a renda de 21 euros passou para 186.

"Não tenho condições para pagar porque é muito dinheiro", vincou.

A moradora realçou que vive apenas com o filho, dado o marido ter falecido, tendo como rendimento uma reforma de 320 euros.

Por seu lado, João Monteiro, que comprou um apartamento no Bairro de São Tomé em 1975, contestou o facto das obras de manutenção das infraestruturas dos prédios terem de ser feitas pelos proprietários.

"Lançaram para nós a responsabilidade dos pagamentos das reparações, coisa injusta, porque as pessoas que aqui vivem são pobres, compraram casa numa altura especial, vivem com reformas pequenas e não conseguem pagar uma prestação de 100 euros, quanto mais suportar obras nos telhados ou fachadas", considerou.

João Monteiro realçou que a IHRU prometeu fazer as obras necessárias, mas "nunca cumpriu".

No final da concentração, a organização entregou um manifesto no IHRU e avançou que a 21 de dezembro irá reunir com uma comissão parlamentar da Assembleia da República, na Câmara do Porto, para pedir a revisão da lei do arrendamento apoiado para habitação.

A agência Lusa tentou ouvir o IHRU, mas não foi possível até ao momento.

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