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Livro de Cavaco Silva "não é para ajustar contas"

General Ramalho Eanes esteve esta tarde presente no lançamento do livro 'Quinta-feira e outros dias', da autoria de Cavaco Silva.

Livro de Cavaco Silva "não é para ajustar contas"
Notícias ao Minuto

20:09 - 16/02/17 por João Oliveira

País Ramalho Eanes

Ramalho Eanes foi uma das figuras presentes no lançamento do mais recente livro de Cavaco Silva, 'Quinta-feira e outros dias', apresentado esta tarde no Centro Cultural de Belém.

Confrontado pela SIC sobre se esta obra, que incide maioritariamente sobre os últimos dez anos de vida política de Cavaco (em que o Governo em funções era o de José Sócrates), podia ou não ser interpretado como "um ajuste de contas", o antigo Presidente da República renunciou essa leitura.

"É necessário olhar para o livro e ver as intenções. Não é um livro para ajustar contas. É um livro em que ele [Cavaco] tenta que os portugueses percebam a situação, percebam como ele exerceu a função. É um ato de responsabilidade subjetiva perante os eleitores", explicou.

Questionado se alguma vez seria também ele capaz de escrever uma obra sobre as conversas que teve com os executivos, Ramalho Eanes disse que, no seu caso, "não foi um período normal". Isto porque, defende, "foi um período de grande violência, de grande tensão, divisão e até de medo" e "quando olhamos para a história, sabemos o que é que o medo faz às pessoas".

O General disse ainda que, caso o fizesse, "fazer o relato de uma situação de relações processadas neste ambiente, é de alguma maneira correr um perigo de ser profundamente injusto com muitas pessoas porque, quem lê – mesmo que quem escreve tenha a preocupação de contextualizar – tem uma certa dificuldade em perceber até que ponto a situação era uma situação de medo real e efetivo".

"Ele [Cavaco Silva] refere factos, e realmente, os factos têm uma realidade histórica que é imperativa", terminou.

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