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Incêndios? "Não há dúvida nenhuma de que o Estado falhou"

António Barreto considera que Governo está com “sentimento de culpa” pela tragédia de Pedrógão Grande. O sociólogo diz que neste caso “houve falta de previsão, prevenção, proteção e falhas evidentes de comunicação e de coordenação”.

Incêndios? "Não há dúvida nenhuma de que o Estado falhou"
Notícias ao Minuto

23:55 - 29/06/17 por Notícias Ao Minuto

País António Barreto

António Barreto não tem dúvidas em apontar o dedo ao Governo pela tragédia de Pedrógão Grande. O sociólogo foi o convidado da Grande Entrevista na RTP 3.

“Não há dúvida nenhuma de que o Estado falhou, que as instituições públicas falharam”, disse António Barreto, que considera que “o Governo ainda está hoje com um sentimento de culpa e está a ver se escapa entre as gotas de água”.

Apesar de admitir ter “dúvidas a quem deve atribuir as responsabilidades exatas, se a pessoas, a instituições ou organismos”, o sociólogo diz que houve demasiadas falhas durante os incêndios na região de Pedrógão.

“Nesta situação houve falta de previsão, prevenção, proteção e falhas evidentes de comunicação e de coordenação”. O sociólogo disse que neste tipo de situações, mais do que prever é preciso “estar preparado para reagir a coisas incomensuráveis”.

Agora, António Barreto quer perceber o que motivou este falhanço. “Eu quero é ver se o falhanço ou a falta é com dolo, uma falta criminosa, de incompetência ou de negligência absoluta”.

Sobre a comissão independente que vai investigar o que falhou na tragédia de Pedrógão Grande, António Barreto lamentou o clima de desconfiança nas instituições públicas. “É triste que em Portugal, quando se tem de fazer algo aborrecido, que tenha de se fazer uma comissão independente. Isto é sinal de que muita pouca gente acredita em muita pouca gente”.

Quanto a pedidos de desculpa às vítimas desta tragédia, António Barreto considera que “o maior pedido de desculpas que as autoridades públicas têm a fazer é, em primeiro lugar, reconhecer onde é que as coisas falharam, em segundo lugar, compensar algumas pessoas. Há pessoas que merecem e precisam de ajuda para reconstruir as suas vidas”.

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