Ana Gomes chefia delegação que vai averiguar morte de jornalista
A eurodeputada e vice-presidente da Comissão de Inquérito dos 'Papéis do Panamá', Ana Gomes, vai chefiar uma delegação de eurodeputados a Malta, para averiguar a independência das autoridades que investigam o assassínio da jornalista maltesa Daphne Galizia.
© Global Imagens
País Papéis do Panamá
A vice-presidente da Comissão de Inquérito ao Branqueamento de Capitais, Elisão e Evasão Fiscal relacionada com os 'Papéis do Panamá' do Parlamento Europeu (Comissão PANA) vai liderar na quinta e sexta-feira uma delegação de sete eurodeputados a La Valetta, capital de Malta, informou hoje a eurodeputada socialista, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.
Segundo a mesma nota, a delegação tem como objetivo "averiguar o cumprimento das regras do Estado de Direito e, em particular, a independência e imparcialidade das autoridades que investigam o assassínio da jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia, a 16 de outubro".
O grupo de sete eurodeputados vai ter reuniões com o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, representantes da Unidade de Informação Financeira e da Polícia maltesa e o Procurador-Geral, entre outras autoridades e intermediários de serviços financeiros, informou.
Para além do assassínio de Daphne Galizia, também serão abordados temas como a menção do chefe de gabinete do primeiro-ministro de Malta nos 'Papéis do Panamá', "o cumprimento dos requisitos de qualificação e de idoneidade para órgãos de administração de instituições financeiras em Malta, assim como cumprimento de deveres de diligência de acordo com regras europeias contra branqueamento de capitais e o programa maltês de obtenção da cidadania através de investimento".
Ana Gomes recorda que o Parlamento Europeu aprovou, a 15 de novembro, uma resolução que "manifesta preocupação perante o relatório elaborado pela Comissão PANA, que afirma que as instituições públicas responsáveis pelo cumprimento da lei, a luta contra a fraude e a criminalidade financeira em Malta estão muito politizadas".
A mesma resolução, refere a nota, "lamenta que os desenvolvimentos verificados em Malta nos últimos anos tenham suscitado graves preocupações quanto à situação em matéria de Estado de Direito, democracia e direitos fundamentais, nomeadamente a liberdade dos meios de comunicação social e a independência das forças policiais e judiciárias".
Daphne Caruana Galizia, que participou na investigação jornalística que ficou conhecida como 'Papéis do Panamá', morreu quando uma bomba explodiu no seu carro, dias depois de ter denunciado estar a receber ameaças de morte.
No início do mês, diretores de oito órgãos de comunicação social, entre eles o The Guardian, The New York Times, BBC e Le Monde, endereçaram uma carta ao primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, reclamando "uma investigação exaustiva sobre a independência dos 'media'" em Malta, após a morte da jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia.
A jornalista, de 53 anos, também tinha um blogue onde denunciava líderes políticos. Uma das suas mais recentes investigações visava o primeiro-ministro de Malta, o trabalhista Joseph Muscat, e alguns dos seus assessores mais próximos.
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