Madalena Iglésias. "É um grande desgosto", confessa a "rival" Simone
A cantora Simone de Oliveira lamentou hoje a morte de Madalena Iglésias aos 78 anos, considerando que ficará para sempre ligada à história da música portuguesa com "Ele e Ela", com o qual venceu o Festival da Canção.
© Global Imagens
País Simone de Oliveira
"Tenho muito pena, é um grande desgosto. Foi uma pessoa com quem eu convivi, apesar das rivalidades à época. Já não a via há muitos anos, desde que a convidei para vir ao espetáculo dos meus 50 anos de carreira no Coliseu", adiantou.
Simone de Oliveira lembrou que há 30 anos, na década de 1960, existia um quarteto: a Simone, o António [Calvário], a Madalena e o Artur [Garcia].
"Ela é a primeira do quarteto a morrer. É verdade que fomos rivais nessa época. Ela tinha um grupo de fãs muito complicado, mas eram coisas de miúdas de 24/25 anos. (...) Depois foi para Barcelona, teve uma vida boa sem preocupações financeiras", disse.
No entender de Simone de Oliveira, o nome de Madalena Iglésias fica na história da música portuguesa, marcando uma época.
"O que fica? Como eu costumo dizer: o resto são cantigas! Ficam as cantigas, o "Ele e Ela" e a birra entre a Madalena e a Simone", concluiu.
A cantora Madalena Iglésias, que venceu o Festival da Canção em 1966 com a música "Ele e Ela", morreu hoje aos 78 anos numa clínica em Barcelona, Espanha, disse à Lusa uma fonte familiar.
O velório da cançonetista realiza-se hoje a partir das 18:00 locais (17:00 em Portugal), na sala 18 do Tanatório de Collserola, em Barcelona.
Madalena Lucília Iglésias do Vale nasceu a 24 de outubro de 1939 na freguesia de Santa Catarina, em Lisboa.
Madalena Iglésias iniciou carreira no Centro de Preparação de Artistas, na ex-Emissora Nacional, e em 1966 venceu o Festival RTP da Canção com o tema "Ele e Ela", de Marco Canelhas.
Na altura, a artista já se tinha apresentado em 1959 na televisão espanhola e em 1960 foi eleita por votação popular, através de subscritos, Rainha da Rádio e da Televisão.
Em 1962 representou Portugal no Festival de Benidorm, que lhe abriu definitivamente as portas do mercado internacional.
Em 2008, em declarações à Lusa, a propósito da publicação da sua fotobiografia "Meu nome é Madalena Iglésias", de autoria de Maria de Lourdes de Carvalho, a intérprete afirmou que sempre se sentiu perseguida pelo complexo da beleza, apesar de reconhecer que "estava à frente" do seu tempo.
Além de "Ele e Ela", do repertório da cantora fazem parte, entre outras, as canções "Silêncio Entre Nós", "Poema de Nós Dois", "Canção para um poeta", "Canção Que Alguém Me Cantou", "É Você, "Oração Na Neve" e "De Longe, Longe, Longe...", "Canção de Aveiro", "Cuando Sali de Cuba", "Ven esta noche", "La frontera" e "La más bella del baile".
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