Centeno garante trabalho com ministro da Saúde para melhorar setor
O ministro das Finanças, Mário Centeno, esclareceu hoje estar a trabalhar com a tutela da Saúde para melhorar a gestão financeira do setor, "sem pôr em causa o serviço", tendo em conta o aumento da dívida.
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País Gestão
"Nós estamos sempre a analisar todas as dimensões. Temos observado um aumento da dívida na saúde e temos de repensar a forma como essa dívida é acumulada e isso é um trabalho conjunto -- na área financeira e da saúde -- sem pôr em causa o serviço", declarou o governante.
Falando aos jornalistas à margem de uma conferência sobre crescimento económico organizada pelo jornal The Economist, em Cascais, Lisboa, Mário Centeno salientou a necessidade de "melhorar a gestão financeira do setor da saúde".
Ainda assim, notou que o Estado está a "servir os portugueses no Serviço Nacional Saúde" e que tal dívida "está no valor do défice e não há escondido".
"Há é uma questão de gestão e essa gestão é financeira", referiu.
O esclarecimento surgiu depois de o responsável ter admitido, também hoje, no parlamento, que possa haver situações de má gestão no Serviço Nacional de Saúde e que, nesse caso, têm de ser avaliadas, adiantando que foi criada uma unidade de missão para avaliar a dívida na Saúde.
"Pode seguramente haver má gestão, na verdade, e temos de olhar para ela", disse Mário Centeno, na comissão de Trabalho da Assembleia da República.
Já falando aos jornalistas, em Cascais, vincou que "o setor da saúde é um desafio no contexto da execução orçamental"
"Eu e o senhor ministro da Saúde temos tido um trabalho em comum, em conjunto, de enorme sucesso", observou Mário Centeno, aludindo ao "enorme esforço que o Governo tem feito para recuperar o setor que estava debilitado com as dificuldades que o país atravessou no programa de ajustamento".
"Não vale a pena continuarmos a fingir que este esforço não existe porque existe [...]. Este esforço revela-se no número de investimentos que tem sido feito na saúde, mas, em particular, nos investimentos em recursos humanos", disse, falando em mais 6.500 profissionais face aos que existiam em 2015.
O responsável vincou que o atual executivo vai "continuar a trabalhar em conjunto num setor que é de difícil gestão em todo o mundo".
"Devíamos fazer mais? Devíamos. E vamos continuar a fazer", garantiu.
Além de uma unidade de missão sobre gestão hospitalar aprovada recentemente em Conselho de Ministros, Mário Centeno apontou as verbas aprovadas, no âmbito do Orçamento do Estado, para amortizar a dívida no setor.
"Vão ser feitos pagamentos muito significativos ao longo do mês de março - estimamos que 400 milhões de euros vão ser amortizados nessa dívida - e há mais 500 milhões de euros que [...] vão também ser usados para o mesmo efeito", adiantou.
Segundo os últimos dados da Direção-Geral de Orçamento (DGO), no final de janeiro, havia 951 milhões de euros em dívida em atraso dos Hospitais EPE - Entidade Pública Empresarial (acima dos 837 milhões de dezembro e dos 613 milhões de janeiro de 2017) e mais quatro milhões de euros no subsetor saúde.
Os pagamentos em atraso referem-se a contas por pagar há mais de 90 dias.
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