Estufa do Jardim Botânico de Coimbra reabre ao público
A Estufa Grande do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra reabre as portas ao público na terça-feira, após um período de requalificação, apresentando-se mais sustentável e com uma coleção renovada, com 200 espécies diferentes.
© Maria João Gala / Global Imagens
País Requalificação
Os trabalhos de requalificação de uma das peças centrais do Jardim Botânico arrancaram em 2013, com projeto do arquiteto João Mendes Ribeiro, numa intervenção que procurou preservar a estrutura de ferro do edifício que data de 1859, mas também tornar a estufa energeticamente mais sustentável, explicou à agência Lusa o diretor do Botânico, António Gouveia.
Nas obras, que custaram mais de dois milhões de euros, manteve-se a traça original do edifício que conjuga o ferro e o vidro, sendo que no interior foram redesenhados canteiros, aumentou-se a eficiência energética e no corpo central do espaço está "um grande lago", para albergar o 'victoria régia', um nenúfar-gigante.
Para além disso, uma das grandes mudanças centra-se na eficiência energética do edifício, que passa a ter um sistema automático, que controla a humidade, luz e temperatura dentro da estufa, com a ajuda de sensores, quando antes tudo era feito de forma "manual", sublinhou, destacando ainda a instalação de um sistema de aquecimento com base em material vegetal (onde tanto se pode utilizar 'pellets' como material resultante da manutenção do jardim) e uma estrutura que aproveita a água da chuva.
Junto à estufa, foram também criadas instalações sanitárias, sala de atividades e de divulgação de ciência e uma sala de controlo de todo o sistema autónomo da estufa, para além de duas "pequeninas estufas", com uma coleção de catos e suculentas, acrescentou.
As obras foram acompanhadas por uma renovação da coleção da estufa, que vai albergar cerca de 200 espécies diferentes, afirmou.
"Passamos a ter várias plantas de regiões húmidas tropicais", em especial provenientes de São Tomé e Príncipe, onde se vai procurar falar "da ideia da conservação das plantas e do conhecimento de plantas raras e ameaçadas", frisou António Gouveia.
Segundo o diretor do Jardim Botânico, estarão também plantas tropicais presentes no quotidiano como o café, a manga e o cacau, para se contar "a narrativa da importância das plantas na vida do Homem".
Para António Gouveia, com a reabertura de portas do espaço, a Estufa Grande "passa a ser um eixo central entre a mata e o jardim clássico [do Botânico]", conferindo "outra visibilidade e centralidade ao Jardim".
A cerimónia de inauguração decorre na terça-feira, às 16:15, contando com a presença do reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva.
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