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CDS preocupado com aumento da carga fiscal e abrandamento da economia

O CDS-PP registou "com preocupação" os dados que apontam para o aumento da carga fiscal e para o abrandamento da economia, salientando que Portugal já está a divergir da zona euro e da União Europeia.

CDS preocupado com aumento da carga fiscal e abrandamento da economia
Notícias ao Minuto

17:22 - 15/05/18 por Lusa

Política João Almeida

"Infelizmente, este não é o caminho que nós defendemos do ponto de vista de recuperação da economia: um dos caminhos para a economia crescer mais era reduzir a carga fiscal e não aumentá-la", defendeu o deputado e porta-voz do CDS-PP João Almeida, em declarações aos jornalistas, no parlamento.

O deputado do CDS-PP lamentou que os dados revelados na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística tenham confirmado 2017 como o ano em que Portugal "registou a maior carga fiscal" desde que há registos, em 1995.

"Nunca houve registo de uma carga fiscal tão elevada, nunca aquilo que o país produziu num ano ficou, numa parte tão grande, do lado do Estado", criticou.

O deputado democrata-cristão salientou que este aumento da carga fiscal se registou numa altura em que se assiste "à degradação dos serviços públicos", apontando como "exemplo mais gritante" o setor da saúde.

"Como é que na altura em que o Estado fica com a maior parte do que algum dia ficou se assiste a esta degradação dos serviços públicos?", questionou, recusando os argumentos do Governo de que o aumento da carga fiscal se explica pelo crescimento do emprego.

João Almeida considerou ainda "perigoso" que esse aumento se verifique num período de crescimento económico, outra área em que apontou dados preocupantes.

"O pior é que a economia já começou a desacelerar e ainda mais do que o previsto. O indicador mais preocupante é que, em termos homólogos, já estamos a divergir da zona euro e da União Europeia", alertou João Almeida.

O deputado centrista alertou ainda que, uma vez que um dos principais fatores de abrandamento económico é a evolução das exportações, poderá "estar em causa uma das conquistas do anterior Governo", que equilibrou o saldo da balança comercial e tornou-o positivo.

"Voltaremos a um dos principais problemas da economia portuguesa, que é o défice da balança comercial", alertou.

De acordo com a estimativa rápida hoje divulgada pelo INE, o Produto Interno Bruto (PIB), em termos homólogos, aumentou 2,1% em volume no primeiro trimestre de 2018 (2,4% no trimestre anterior) e, comparativamente com o quarto trimestre de 2017, o PIB aumentou 0,4% em termos reais (0,7% no trimestre anterior).

Na segunda-feira, o INE confirmou que a carga fiscal aumentou em 2017 face ao ano anterior 0,4 pontos percentuais, representando 34,7% do PIB e atingindo o valor mais alto desde 1995, o início da série.

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