PSD centra discussão dos CTT no cumprimento ou não do contrato
O secretário-geral do PSD disse hoje que a privatização dos CTT "não é um problema em si", mas antes se o Governo faz cumprir ou não o contrato de privatização e o seu caderno de encargos.
© Facebook / José Silvano
Política Privatização
José Silvano manifestou-se "frontalmente contra" o fecho de mais estações de CTT, acusando o Governo de não estar a fazer cumprir o caderno de encargos.
"No contrato que o Governo assinou estava que pelo menos uma estação CTT por cada concelho devia existir e a verdade é que elas não existem, já fecharam, e prevê-se que fechem mais de 40", alertou, à margem da tomada de posse dos órgãos eleitos pela concelhia do PSD/Chaves, agora liderada por Castanheira Penas, ex-vice-presidente da câmara local.
O social-democrata considerou que o projeto-lei do Bloco de Esquerda para renacionalizar os CTT, anunciado esta tarde pela coordenadora do partido, Catarina Martins, "não vai ter sucesso" porque o PS e o Governo já manifestaram a intenção de respeitar o contrato de privatização até 2020.
"A posição do Governo e PS sobre essa matéria é que não o vão fazer [nacionalização] e automaticamente esta pretensão do BE não vai ter sucesso", vincou.
O secretário-geral lembrou ainda que quando os CTT estavam nacionalizados já se assistia ao encerramento de algumas estações, defendendo que a renacionalização iria "levar ao mesmo".
A coordenadora do BE anunciou hoje, em Alijó, que vai dar entrada na segunda-feira, na Assembleia da República, um projeto de lei para a renacionalização dos CTT.
"O projeto de renacionalização dos CTT que o BE apresenta é um projeto que prevê claramente a avaliação do que foi feito, do cumprimento ou não da concessão, do que aconteceu na empresa, para que se possa responsabilizar pelas decisões que foram lesivas, que contrariam o contrato de concessão e que destruíram a empresa", afirmou Catarina Martins.
O primeiro-ministro, António Costa, disse na sexta-feira que o Governo vai esperar até ao final do contrato da concessão do serviço postal nacional, em 2020, para avaliar a forma como a empresa tem executado as suas obrigações e depois decidir se retoma a gestão dos CTT.
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