"Próximas eleições legislativas devem ser um sufrágio sobre a confiança"
O líder parlamentar do PS defendeu hoje que as próximas eleições legislativas devem ser "um sufrágio sobre a confiança", num discurso em que sustentou que os problemas de unidade nacional nunca foram causados por mais descentralização.
© Global Imagens
Política Carlos César
Estas posições foram transmitidas por Carlos César num jantar com autarcas socialistas do distrito de Viseu, iniciativa integrada na Jornadas Parlamentares do PS, que serão encerradas na terça-feira pelo primeiro-ministro e secretário-geral socialista, António Costa.
Segundo Carlos César, o Governo e a bancada socialista fizeram uma legislatura "muito diversificada, com grandes avanços no plano social, com dinamização da economia e recuperação do valor da confiança, que tem sido essencial tanto ao nível interno, como no plano externo".
"Recuperámos a confiança. As próximas eleições legislativas devem ser um sufrágio sobre a confiança. E a confiança é hoje indiscutivelmente liderada no nosso país político pela representação e ação do PS", sustentou o ex-presidente do Governo Regional dos Açores, antes de se manifestar confiante de que os socialistas vencerão o ato eleitoral de 6 de outubro próximo no distrito de Viseu.
Tendo na plateia a ouvi-lo o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, o presidente do Grupo Parlamentar fez também um discurso em defesa do aprofundamento do processo de descentralização.
"O processo de descentralização não deve ser feito de um momento para o outro, importando antes haver consciência de que um processo desta natureza tem de demorar anos, porque tem de ser profundamente refletido e faseado de acordo com as capacidades das administrações. Nesta legislatura houve o início firme de um caminho que fizemos e que deve levar a uma maior administração das regiões pelas próprias regiões, a uma administração maior dos municípios pelos próprios municípios, das comunidades pelas próprias comunidades", defendeu.
Numa resposta às correntes ideológicas mais centralistas, o líder parlamentar do PS defendeu que "não se deverá temer o princípio da desagregação do Estado" por causa da descentralização.
"Se, ao longo da sua História, Portugal alguma vez teve problemas de unidade, não foi por dar autonomia ou descentralizar, mas por não o fazer. Se Portugal tem também uma dimensão de unidade muito forte nas regiões dos Açores e da Madeira, foi precisamente porque lhes concedeu autonomia. Portugal será mais forte se, no território continental, puder agregar a colaboração de outros níveis da administração", sustentou.
Na sua intervenção, Carlos César não se pronunciou sobre o cenário da regionalização a médio ou longo prazo e, em contrapartida, apontou que o território continental tem uma tradição municipalista.
Na presente legislatura, de acordo com o líder da bancada socialista, completou-se "uma primeira fase de responsabilização das comunidades ao nível local, através da descentralização".
Segundo o presidente do Grupo Parlamentar do PS, de um conjunto de 23 diplomas que compete ao Governo aprovar, 21 já foram concretizados e, em áreas como a habitação e justiça, "mais de cem municípios assumiram novas competências".
Na primeira intervenção do jantar com autarcas, o líder da federação de Viseu do PS, António Borges, fez um rasgado elogio ao mandato de Carlos César enquanto presidente do Grupo Parlamentar socialista.
"Numa conjuntura de grande exigência, com negociações permanentes com os nossos parceiros de solução governativa, Carlos César teve uma liderança firme, demonstrando uma inteligência superior, maturidade, experiência e grande dimensão política. Carlos César sempre soube garantir a estabilidade política. Com outro líder parlamentar, os resultados seriam outros", disse.
António Borges elogiou também a ex-ministra e agora eurodeputada Maria Manuel Leitão Marques, que foi cabeça-de-lista socialista por Viseu nas últimas eleições legislativas, e manifestou-se confiante no avanço de projetos essenciais para a região, como a requalificação do Itinerário Principal 3 entre Coimbra e Viseu e empreitada para as urgências do Centro Hospitalar Tondela/Viseu.
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