Covid-19: PEV reporta relatos de falta de material de proteção no INEM
O deputado do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) José Luís Ferreira reportou hoje ao primeiro-ministro relatos de falta de material de proteção individual para os profissionais de saúde, incluindo no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
© Lusa
Política Debate quinzenal
"Os relatos que nos chegam de quem está no terreno, e são muitos relatos, dão-nos conta de que continuam a faltar meios de proteção individual", declarou José Luís Ferreira, durante o debate quinzenal, no parlamento.
Perante o primeiro-ministro, António Costa, o deputado do PEV acrescentou: "Técnicos, enfermeiros e médicos do INEM, por exemplo, dizem-nos que faltam equipamentos de proteção individual, o que pode vir a criar um grave problema para os próprios, mas também condicionar o próprio combate a esta ameaça".
"A Ordem dos Médicos veio também apelar à oferta de equipamentos de proteção para o SNS para colmatar o problema de 'stock' nos hospitais", assinalou, perguntando a António Costa se "há ou não falta de equipamentos de proteção individual" neste momento de pandemia da covid-19 e se existe "o risco de isso poder vir a acontecer".
Sem responder diretamente à questão, o primeiro-ministro referiu a quantidade de diferentes tipos de material de proteção encomendados.
"Eu permito-me recordar o que já há pouco li da lista dos equipamentos que temos neste momento encomendados e que aguardamos a entrega. Botas: 381.482. Fatos de proteção: 549.837. Luvas esterilizadas: 6.813.259. Luvas não esterilizadas: 10.674.459. Máscaras com viseira: 368.397. Máscaras cirúrgicas: 17.145.762. Máscaras FFP2 e FFP3: 8.665.775. Protetor de calçado: 743.575. Toucas: 1.261.492", leu.
António Costa destacou ainda a aquisição de 280 mil testes de diagnóstico, 80 mil dos quais deverão chegar até domingo, dia 29, e de 535 ventiladores.
Por outro lado, José Luís Ferreira assinalou que "hoje foi divulgado um estudo realizado por um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina do Porto" segundo o qual "se o número de testes fosse triplicado evitar-se-iam só nos próximos 10 dias mais de 900 hospitalizações, o que permitiria naturalmente aliviar a pressão do SNS, salvar mais vidas".
"E haveria menos oportunidades de contágio, para além de se poderem poupar milhões de euros do Estado. Eu gostaria de saber como olha para este estudo", disse o deputado do PEV, perguntando ao primeiro-ministro "se o Governo pondera aumentar a capacidade de realização de testes".
António Costa respondeu que "a Direção-Geral da Saúde, em função do critério da estratificação que está a fazer do risco, está a definir uma norma quer para a realização de testes quer para os equipamentos de proteção individual".
No debate quinzenal de hoje, o PEV trouxe também as questões da "especulação de preços de bens", perguntando se o Governo tenciona "fixar preços para os materiais de proteção individual", e dos "abusos" por parte de empresas em matéria de direitos laborais neste período.
António Costa afirmou que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) "tem estado reforçada" e que "não há nenhum direito dos trabalhadores que esteja suspenso, todos têm de ser acautelados e respeitados".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 360 mil pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 17.000 morreram.
Em Portugal, há 33 mortes e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
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