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CDS critica "novela triste" sobre Novo Banco

O presidente do CDS-PP criticou hoje a "novela triste" em volta do alegado desentendimento entre o primeiro-ministro e o ministro das Finanças e lamentou que tenha afastado os dirigentes políticos das preocupações com a pandemia.

CDS critica "novela triste" sobre Novo Banco
Notícias ao Minuto

14:19 - 14/05/20 por Lusa

Política Rodrigues dos Santos

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 "Não podemos deixar de lamentar a novela triste que devia fazer corar de vergonha os principais responsáveis políticos do nosso país, por terem mergulhado a discussão política mais recente numa espécie de novela em que parece que os políticos vivem numa bolha de eco, completamente desligada do país real e da linguagem dos dramas e das preocupações das pessoas", criticou o líder centrista.

Francisco Rodrigues dos Santos falava aos jornalistas no final de mais uma sessão de esclarecimentos com epidemiologistas, que decorreu no Infarmed, em Lisboa.

"Parece que alguns políticos estão mais empenhados em viver num país de faz de conta: faz de conta que vai haver recandidatura presidencial, faz de conta que existe um conflito entre o primeiro-ministro e o ministro das Finanças, faz de conta que o ministro das Finanças se vai demitir", lamentou.

O presidente do CDS contrapôs que existem "portugueses que, com esta crise, com este confinamento social a que estiveram sujeitos, tiveram uma perda de rendimentos, vivem em situações de pobreza, passam forme, estão desempregados, e muito deles tiveram que fechar o seu negócio".

Por isso, Rodrigues dos Santos considerou "incompreensível" que numa altura em que devia estar a ser discutido "um plano de emergência social e um plano de relançamento da economia, o país estivesse envolto em 'faits divers' políticos que deixaram as preocupações e as necessidades dos portugueses em suspenso".

Neste ponto, o presidente do CDS-PP aproveitou para elencar as propostas do partido que serão hoje apreciadas na Assembleia da República no debate em torno do Programa de Estabilidade e do Programa Nacional de Reformas.

O projeto de resolução apresentado pelo grupo parlamentar centrista recomenda ao Governo que ponha em prática um programa extraordinário de recuperação de listas de espera, um plano de emergência social e ainda medidas para a recuperação e a retoma da economia.

"Numa altura em que o país está mobilizado, em que se pede união e coesão nacional, em que os partidos da oposição foram os primeiros a apresentar um escrutínio construtivo e uma ação fiscalizadora do Governo pela positiva, apontando críticas mas também apresentando soluções, é verdadeiramente lamentável que, nestas circunstâncias em que se pede união nacional, tenha sido o Governo a protagonizar um momento de divisão, de crispação e de instabilidade", insistiu.

Sobre o que ouviu na reunião com os especialistas, o líder democrata-cristão apontou aos jornalistas que a evolução da situação epidemiológica nacional, decorrente da pandemia de covid-19, "releva alguma estabilidade".

"Mas devemos fazer apelos aos portugueses para não entrarmos num estado de euforia, garantindo que todos os procedimentos de higiene e segurança são adotados, para não serem comprometidos todos os esforços que os portugueses empreenderam até então", advertiu.

Francisco Rodrigues dos Santos pediu então "cautela, que este desconfinamento seja assegurado por equipamentos de proteção individual disponíveis aos trabalhadores", que seja mantido o "foco na testagem" e que haja uma atenção especial à "situação em que se encontraram os mais vulneráveis da sociedade, como são os grupos de risco, em particular os idosos".

Portugal regista hoje 1.184 mortes relacionadas com a covid-19, mais nove do que na quarta-feira, e 28.319 infetados, mais 187, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.

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