Maior arrependimento de Santana? "Não aceitava substituir Durão Barroso"
O fundador do partido Aliança deu uma entrevista, esta segunda-feira, um dia depois de conhecer o seu sucessor.
© Global Imagens
Política Santana Lopes
Pedro Santana Lopes deu, esta segunda-feira, uma entrevista no Jornal das 8, da TVI, a Miguel Sousa Tavares, depois do Congresso deste fim de semana do partido Aliança, fundado por ele e cuja liderança é assumida agora por Paulo Bento, antigo vereador da Câmara Municipal de Torres Vedras.
O antigo primeiro-ministro começou por garantir que não está agarrado ao poder, como muitos o acusam, e refutou a ideia de ter fundado o Aliança, apenas para poder ser presidente de um partido.
“A vida política, para mim e ao contrário do que muitos pensam, não é uma forma de vida. Sempre adorei a intervenção política, mas graças a Deus, tenho a minha vida organizada. Não fundei o Aliança para ser presidente do Aliança”, atirou, acrescentando, contudo, que a sua saída da liderança do partido, não representa o fim da sua carreira política.
“As carreiras políticas só acabam quando desistimos de lutar pelo nosso país. O que fiz foi fazer o que a consciência me ditava. Às vezes fazemos isso e corre bem, às vezes fazemos isso e não corre bem”, admitiu.
Durante a mesma entrevista, Santana Lopes considerou que “sem televisão não há partidos” e que essa é uma das razões pela pouca adesão ao Aliança e pela notoriedade de partidos “mais radicalizados”. “Estamos numa época em que isto está mais para os partidos dos extremos”, defendeu.
Ainda sobre este tema, Sousa Tavares questionou o antigo Presidente da Câmara de Lisboa sobre o facto de haver elementos do Aliança que se estão a mudar para o Chega.
“Uma coisa é o que eu penso do Chega e das ligações a Marine Le Pen. Não tenho nada a ver com isso e não consigo estar na mesma família política em que eles estejam. Eu quando vejo o André Ventura naquele papel, algo me diz que ele está a ser arrastado por uma onda, que aquilo não é ele próprio”, explicou, admitindo, contudo, que “outra coisa é o Centro-Direita poder ter de se coligar”. “Eu admito coligações à Direita”, atirou.
Apesar de ter deixado a liderança do Aliança, o regresso ao PSD não está em cima da mesa. “Acho que fiz bem [em ter saído]. Não tenho vergonha nenhuma de me arrepender, de reconhecer quando faço algo mal. Agora, eu sei porque é que saí. Achei que o PSD ia voltar outra vez para os braços de um sonho com o Bloco Central e continuo a achar isso, acho que o tempo vai dar-me razão e esse é um caminho com o qual não concordo. Estamos numa altura em que o Centro-Direita tem de fazer um ‘rassemblement’ (unir-se, em português), tem de procurar novos protagonistas”, esclareceu
Antes de dar como terminada a entrevista, Sousa Tavares questionou Santana Lopes sobre o maior arrependimento da sua carreira política.
“Se voltasse atrás não teria aceite substituir Durão Barroso nos termos em que isso aconteceu. Levou, de facto, a um tempo de muitas tensões. Foi uma opção errada, mas procuro fazer sempre o melhor”, respondeu.
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