PSD/Chega nos Açores? Há "outra solução política que merece discussão"
Centrista João Almeida diz compreender a discussão que tem suscitado o processo de formação do governo dos Açores, mas alerta para uma "outra solução política" de que se "está a passar o lado" - "a maioria que apoia a aprovação do Orçamento do Estado para 2021".
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Política João Almeida
O deputado do CDS João Almeida diz compreendera discussão que tem suscitado o processo de formação do governo da Região Autónoma dos Açores (onde o PSD chegou a acordo com o Chega). "Levanta novas questões relativas ao nosso sistema de partidos e admite soluções inéditas. Não é pouco", sublinha, numa posição transmitida esta quarta-feira no Facebook.
No entanto, para o centrista está-se "a passar ao lado de outra solução política que merece discussão: a maioria que apoia a aprovação do orçamento para 2021".
"Já se sabia que o enviesamento ideológico do país levaria a que se considerasse absolutamente normal ter um orçamento aprovado por um partido que apoia regimes ditatoriais, comemora a revolução de 1917 e os 150 anos da morte de Lenine, por um partido defensor do radicalismo animalista e por outro partido, satélite do primeiro, que há décadas tem grupo parlamentar na Assembleia da República sem nunca ter ido a votos isoladamente", sublinha o centrista referindo-se ao PCP, ao PAN e ao PEV, os partidos que se abstiveram na votação na generalidade.
Para João Almeida, "se o referido enviesamento ideológico não tem suscitado uma discussão conceptual sobre os desafios que esta maioria representa, sugiro que se dê atenção às contrapartidas dadas pelo PS a estas forças políticas". E termina defendendo: "Quem quer, com toda a legitimidade, colocar questões de liberdade e democracia à direita, não pode deixar de as colocar também à esquerda".
Apesar de o PS ter vencido as eleições regionais dos Açores, a formação de uma inédita 'geringonça' de direita prepara-se para acabar com 24 anos de governação socialista, o que levou a troca de acusações entre líderes nacionais dos partidos. O PS acusou o Rui Rio de ter "pisado" uma linha vermelha ao firmar um acordo com o Chega, defendendo que o presidente do PSD devia explicações ao país. Na resposta, o líder social-democrata insistiu que o Chega não irá integrar o Governo Regional dos Açores e voltou a acusar os socialistas de mentir. Já esta semana, na mesma linha, Rui Rio afirmou que "Costa, PS e BE estão de cabeça perdida e a mentir aos portugueses".
Esta terça-feira, foi divulgada uma carta aberta intitulada 'A clareza que defendemos', na qual 52 personalidades do centro-direita assinam um manifesto que alerta para "uma inquietante deriva e uma insustentável amálgama na política europeia e americana", que faz o seu caminho entre "forças da direita autoritária e partidos conservadores, liberais, moderados e reformistas".
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