PS culpa Passos pelo caso da venda dos quadros de Miró
O PS considerou hoje que a leiloeira Christie's demonstrou ser mais sensata do que o Governo ao travar a venda das obras de Miró e sustentou que o primeiro-ministro é o principal responsável por este caso.
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Política Gabriela Canavilhas
"A Christie's demonstrou ser mais sensata do que o Governo. Verificamos com pesar a irrelevância do cargo de secretário de Estado da Cultura e é ao primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho] que temos de pedir contas", declarou a deputada socialista Gabriela Canavilhas em conferência de imprensa na Assembleia da República.
Em comunicado, a Christie's disse que o cancelamento do leilão dos 85 quadros de Joan Miró provenientes do extinto Banco Português de Negócios (BPN) resulta "da disputa nos tribunais portugueses", na qual "não é parte interessada".
Interrogada se o PS pede a demissão de Barreto Xavier do cargo de secretário de Estado da Cultura, Gabriela Canavilhas referiu primeiro que a cultura teve um ministério autónomo com os governos socialistas.
"É com pesar que constatamos a irrelevância do cargo de secretário de Estado. Na verdade, quem tutela a cultura é o primeiro-ministro, que é o responsável último por todas as irregularidades neste triste processo. É a ele que devemos também pedir contas", respondeu a deputada do PS.
Questionada se o PS encara como uma vitória a decisão da Christie's em relação aos quadros de Joan Miró, Gabriela Canavilhas contrapôs que os socialistas "têm a sensação do dever cumprido".
"Claramente, ficou comprovado que a venda destas obras, nestas condições e com os procedimentos conhecidos, seria irregular, ilegal e iria lesar o interesse público", declarou.
Numa conferência de imprensa em que se encontrava acompanhada pelos deputados socialistas que requereram a providência cautelar contra a venda das obras de Miró (Pedro Delgado Alves, Inês de Medeiros, José Magalhães e Vitalino Canas), a ex-ministra da Cultura disse que a decisão da Christie's "deu razão ao PS quando interpelou o Estado, o Governo e o Ministério Público".
"As nossas preocupações tinham fundamento, o que foi comprovado pela sentença do tribunal", advogou Gabriela Canavilhas, acusando, depois, o secretário de Estado Barreto Xavier de ter feito um despacho "que revela a ilegalidade da transferência das obras para Londres".
"Todo este processo está inquinado de irregularidades e tinha de ser travado. O interesse público acabou por ser salvaguardado", acrescentou a deputada do PS.
Já sobre as críticas do PSD ao PS neste processo, Gabriela Canavilhas disse que os socialistas fazem a diferença ao reconhecerem "valores para além da mera contabilidade".
"Valorizamos outros parâmetros essenciais para a nossa identidade. Essa é uma diferença importante que nos distingue", referiu a ex-ministra socialista.
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