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"Nunca menti". Afirmações de Costa são "uma velhacaria", acusa Sócrates

O antigo primeiro-ministro acusou a direção do PS de orquestrar "uma intriga" contra si, "baseada em falsidades".

"Nunca menti". Afirmações de Costa são "uma velhacaria", acusa Sócrates
Notícias ao Minuto

14:26 - 21/04/22 por Daniela Filipe

Política José Sócrates

Reagindo a declarações atribuídas ao secretário-geral do Partido Socialista (PS) e atual primeiro-ministro, António Costa, que, segundo a edição atualizada da biografia de Mário Soares hoje divulgada, considera que José Sócrates “aldrabou” os socialistas quanto à origem da sua fortuna, o antigo primeiro-ministro acusa tratar-se de “uma velhacaria”, sublinhado que nunca mentiu “a ninguém”.

“Obrigado pela oportunidade de me defender dessas velhacas declarações de António Costa e desse ataque que o líder do PS me faz”, começou por dizer, em conversa com a TVI, assegurando que nunca mentiu “a ninguém”.

“Vi-me obrigado, perante a instrução do processo Marquês, a provar tudo aquilo que estou a dizer, através das escrituras que entreguei e que estavam na Torre do Tombo, porque remontam aos anos 80, e que provam que a minha mãe teve três heranças, a maior das quais foi herança do meu avô, que lhe deixou uma fortuna considerável. Tudo isso é hoje matéria de prova”, salientou, lamentando a “humilhação que [lhe] foi infligida”.

O antigo primeiro-ministro mostrou-se surpreendido, revelando que, inicialmente, pensava “que essa intriga sobre a herança da [sua] mãe vinha do Ministério Público”.

“Vejo agora que vinha, afinal, da direção do PS e, por isso, essas declarações apenas evidenciam a reserva mental com que a direção do PS sempre encarou o processo Marquês. Pela frente alegavam que estavam em silêncio, mas por detrás faziam uma intriga contra mim, uma intriga baseada em falsidades”, atirou.

“Quando as pessoas são acusadas de alguma coisa, a acusação tem de provar o que diz”, rematou.

Em causa estão declarações de Costa que remontam à única visita que fez ao antigo líder socialista no Estabelecimento Prisional de Évora, a 31 de dezembro de 2014, onde se cruzou com Mário Soares. Sócrates estava, na altura, detido por suspeita de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.

"Concluo que ele, de facto, aldrabou-nos [ao PS]", declarou António Costa, citado no 4.º volume da edição atualizada e ampliada da obra ‘Mário Soares, uma vida’, da autoria do jornalista Joaquim Vieira, editada pela revista Sábado e que é esta quinta-feira manchete do jornal Correio da Manhã.

Recorde-se que, no âmbito da instrução da Operação Marquês, o juiz Ivo Rosa decidiu que José Sócrates, acusado de 31 crimes, iria a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos.

O caso está em fase de recurso no Tribunal da Relação de Lisboa.

Leia Também: Sócrates "aldrabou-nos", afirma Costa em biografia de Mário Soares

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