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"Escândalo", "embaraço" e um "Governo em crise". O que se diz lá fora?

As polémicas que envolvem o Governo português não passam despercebidas à imprensa internacional, com referências ao "desgaste" do Executivo de António Costa. Eis o que se tem escrito lá fora sobre os dias que se vivem na política portuguesa.

"Escândalo", "embaraço" e um "Governo em crise". O que se diz lá fora?
Notícias ao Minuto

16:56 - 09/01/23 por Carmen Guilherme

Política Imprensa

O Governo socialista e as demissões polémicas dos últimos tempos têm feito correr muita tinta na imprensa, colocando o primeiro-ministro, António Costa, e a sua maioria absoluta, no centro das atenções. Contudo, Costa e os seus governantes não são apenas notícia em Portugal; muito se diz lá fora sobre o que alguns apelidam de "escândalo" e "embaraço", com referências ao procedimentos usados na escolha dos membros do Governo.

"Mais um membro do Governo português demite-se no mais recente escândalo de contratação", noticiava a Reuters no dia 5 de janeiro, numa referência à demissão de Carla Alves, agora ex-secretária de Estado da Agricultura, pouco mais de 24 horas depois de tomar posse. 

"Um alto funcionário do Governo português recém-nomeado renunciou na quinta-feira, num novo embaraço para o Governo socialista, que enfrenta duras críticas sobre os seus procedimentos de verificação após uma onda de escândalos e renúncias", escrevia a agência de notícias britânica, referindo que, desde a maioria absoluta, o Executivo de Costa teve "uma trajetória atribulada", com mais de uma dezena de demissões, algumas "por alegações de má conduta no passado ou práticas questionáveis".

Já a Euronews questionava, a 7 de janeiro: "Demissão após demissão: Por que está o governo de Portugal em crise?".

"Quando Carla Alves tomou posse, esta quarta-feira, como secretária de Estado da Agricultura, mal sabia que, 25 horas depois, estaria desempregada", referia a estação, que notava que Carla Alves foi "a quarta vítima do atual Governo português de António Costa em apenas uma semana". 

"Isto desencadeou mais uma remodelação, no meio do que já é considerada a maior crise de confiança que abalou a liderança de Costa", acrescentava.

Na vizinha Espanha, o El Periódico destacava, a 5 de janeiro, o facto de o Parlamento ter chumbado a moção de Censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal.

"Governo português salva segunda moção de censura em menos de um ano", noticiava o diário.

"A maioria absoluta alcançada pelo Partido Socialista há menos de um ano salvou o Governo de António Costa pela segunda vez nos últimos meses", lia-se na notícia, que dava nota da polémica da TAP e da indemnização paga a Alexandra Reis.

O El Periódico destacava, contudo, que, "apesar da rejeição da moção de censura, o desgaste do Governo de Costa é muito maior do que o esperado apenas um ano após as eleições". "Mais de uma dezena de altos funcionários do executivo abandonaram funções", lia-se.

Por sua vez, o La Voz de Galicia avançava: "António Costa lança pacote de medidas anticorrupção para travar a queda da sua imagem", numa referência à promessa deixada por Costa no debate da moção de censura, de criar um mecanismo de verificação de governantes.

"Na primeira grande reunião na Assembleia da República deste ano, a 5 de janeiro, António Costa teve de enfrentar uma moção de censura fadada ao fracasso, mas também um debate que acabou com as vergonhas do Executivo em cima da mesa. Não tanto pela capacidade argumentativa da oposição, mas pelo desenvolvimento dos factos", indicava o texto.

Anteriormente, já a saída de Pedro Nuno Santos havia feito notícia na imprensa internacional, com o El País a dizer que a demissão abria uma "crise política no Governo português" e a agência italiana Ansa a falar de uma "remodelação" com "poucas mudanças", uma vez que os novos ministros - João Galamba e Marina Gonçalves - já integravam o Governo.

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