Costa mantém confiança em todos os membros do Executivo
O primeiro-ministro salientou hoje que mantém a confiança em todos os membros do seu executivo em funções, elogiou a atuação do ministro João Gomes Cravinho e afastou um cenário de eventual demissão do atual Governo.
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Política Crise no Governo
Estas posições foram transmitidas por António Costa no final de um a sessão sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em Movimento em Carnaxide, concelho de Oeiras, sobre construção de nova habitação.
Confrontado com o facto de o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, ter assumido na segunda-feira, em Bruxelas, que, enquanto titular da pasta da Defesa, no anterior Governo, teve conhecimento da derrapagem nos custos das obras do antigo Hospital Militar de Belém, António Costa respondeu: "Mantenho a confiança nos membros do Governo que estão em funções".
"Caso contrário não estariam em funções. Não ouvi diretamente as declarações [de João Cravinho], mas tomei nota que o senhor ministro disse que voltará à Assembleia da República e dará todos os esclarecimentos que houver a prestar", assinalou.
De acordo com o líder do executivo, pelo contrário, "não seria normal que um ministro mentisse sobre aquilo que sabe ou aquilo que não sabe".
"Portanto, se um ministro diz a verdade, isso é de louvar", salientou.
Questionado sobre um cenário em que o Presidente da República demite o Governo para que ele, António Costa, forme um novo, sem recurso a eleições antecipadas, o primeiro-ministro afastou esse cenário.
"Não vejo necessidade nenhuma de haver um novo Governo. Este é o terceiro Governo que chefio, durante seis anos fui até criticado por ser muito conservador na manutenção de membros do executivo e de fazer poucas remodelações e de estar excessivamente apegado à estabilidade. Tenho orgulho que, neste meu período de funções, vários ministros tenham estabelecidos máximos de duração em funções nas respetivas pastas, casos da Educação ou Justiça", sustentou.
António Costa disse que está a fazer um ano em 30 de junho próximo que os portugueses se pronunciaram em eleições após uma crise política e em que o país "perdeu quase meio ano até ter novamente um Orçamento aprovado".
"A mensagem que os portugueses deram é a de que querem estabilidade, um Governo que governo e que se concentre na sua função de resolver os problemas. O que é necessário não são novas crises políticas", contrapôs.
O primeiro-ministro defendeu depois que a avaliação dos governos é feita no final das legislaturas, mas assumiu que o ano em curso tem sido "muito exigente", numa alusão à guerra da Ucrânia e à conjuntura de alta da inflação.
"Há incidentes de percurso, há problemas que têm de ser ultrapassados e há factos inesperados. Fazer política é isso também", desdramatizou, aqui numa referência às sucessivas demissões ocorridas no seu Governo.
Perante a insistência dos jornalistas sobre as recentes sucessivas mudanças no seu Governo, o líder do executivo considerou que "ocorreram por motivos muito diversos", desde questões de saúde "a dois problemas políticos graves" que motivaram as demissões dos ministros da Saúde, Marta Temido, e do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.
"Houve também problemas mais recentes com alguns membros do Governo, Não relativamente a qualquer atividade que tenham praticado enquanto membros do Governo, mas por situações da sua vida anterior, ou até da vida de familiares seus", observou.
Para António Costa, "são situações que ninguém deseja, que lamento profundamente um sinal de menor foco do Governo nas suas atividades, mas creio que é uma fase que está ultrapassada".
"A estabilidade é um valor importante, porque permite assegurar continuidade de políticas", acrescentou.
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