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CIM de Viseu lamenta falta de recursos para representação em Bruxelas

O presidente da Câmara de Viseu e da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões lamentou hoje a falta de recursos financeiros que não permite ter representação em Bruxelas, o que aumenta as assimetrias com quem a pode ter.

CIM de Viseu lamenta falta de recursos para representação em Bruxelas
Notícias ao Minuto

17:30 - 02/02/23 por Lusa

Política Fernando Ruas

"Foi inaugurada uma representação da Área Metropolitana (AM) do Porto em Bruxelas. Os Açores e a Madeira já têm, mas isto está a aguçar o apetite dos autarcas em terem lá uma representação, mas isto causa alguma assimetria", afirmou Fernando Ruas.

No entender do presidente da Câmara Municipal de Viseu, as representações por parte destas regiões "são boas, mas os municípios mais pequenos do país não vão ter uma representação e, por isso, mais desprotegidos ficam".

O também presidente da CIM Viseu Dão Lafões, que representa 14 municípios, admitiu que "não é fácil ter uma representação em Bruxelas, porque se tem de ter alguma dimensão" financeira.

"É notório que quem vai lá estar primeiro são os que mais podem, os mais importantes, e os municípios mais pequenos e menos desenvolvidos chegam mais tarde e as assimetrias também se cavam por aí", defendeu.

Fernando Ruas admitiu que, "com a regionalização, seria diferente, porque seria a região Centro e um vasto conjunto de municípios a estar representado" enquanto com as CIM, "nem que se juntem duas ou três não é possível".

"Com regiões teríamos seguramente um representante, que é o que acontece com as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, e é benéfico terem, portanto, também teríamos um representante, mas com CIM não dá, nem três dariam", sustentou.

O autarca disse acreditar que depois da AM do Porto, "também a de Lisboa lá deverá ter um representante e, de seguida, o Algarve também deverá ter, porque a CIM coincide com a região plano, por isso é mais fácil".

A Área Metropolitana do Porto (AMP) inaugurou em 25 de janeiro um gabinete em Bruxelas, na Bélgica, para captar fundos europeus que não são, normalmente, geridos em Portugal, disse hoje à Lusa o autarca.

Eduardo Vítor Rodrigues disse que "é uma espécie de delegação da AMP em Bruxelas", com uma equipa constituída, um modelo de funcionamento estabelecido e o trabalho a ser desenvolvido com uma "série de parceiros" técnicos, políticos e com outras áreas metropolitanas.

Fernando Ruas referiu, em declarações aos jornalistas, a título de exemplo, que as estradas, "que já são tabu na União Europeia, porque dizem que já não há financiamento, mas muitos presidentes de CIM do interior que continuam a reivindicar.

"Eu tive oportunidade de dizer que isso ia aprofundar as assimetrias e porquê? Porque (...) já gastaram dinheiro suficiente para as estradas, só que elas acabaram nas regiões desenvolvidas", apontou.

No seu entender, "é como um indivíduo financiar um filho que já tem a casa pronta e mobilada, e acabou, mas os outros não têm a sua casa" - neste sentido, levantou a questão do IP3, para o qual "há justificações para ser autoestrada".

"Querem melhor justificação que um Presidente da República dizer que veio a Viseu pela A25, porque a outra não tinha segurança?", sublinhou, entre outros argumentos como a circulação diária de ambulâncias, Fernando Ruas.

Leia Também: Aprovado diploma para constituição de novas NUTS e CIM em Setúbal

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