Gestão da TAP? "É assim que o Governo gere as empresas públicas"
A ex-deputada do CDS-PP, Cecília Meireles, analisou, esta quarta-feira, no programa Linhas Vermelhas, da SIC Notícias, a situação de gestão da TAP, que está a ser analisada em comissão de inquérito.
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Política Cecília Meireles
A ex-deputada do CDS-PP, Cecília Meireles, abordou, esta quarta-feira, a situação de gestão da TAP, que está a ser analisada em comissão de inquérito, apontando que já viu "coisas muito perturbadoras em comissões de inquérito mas esta tem uma coisa diferente".
Segundo a comentadora, no programa Linhas Vermelhas, da SIC Notícias, o que difere é que "esta comissão de inquérito não é sobre o passado, é um retrato de uma governação que está presente e não que já tenha acabado".
"A primeira coisa que daqui se tira é que, aparentemente, é assim que o Governo gere as empresas públicas", atirou, sublinhando ser "um retrato absolutamente assustador".
Recordando que uma das coisas que António Costa fez quando chegou o primeiro-ministro foi a recompra da TAP, a ex-deputada do CDS elucida que, ao fim de tudo o que tem emocionante, pode perguntar-se: "Afinal, qual era o tal objetivo estratégico [do Governo] que se cria salvaguardar com o controlo da TAP?”.
“Todos os objetivos que vejo, se são estratégicos, são estratégicos no pior sentido”, acrescenta.
Na ótica de Cecília Meireles, "há três pessoas que saem daqui bastantes chamuscadas". "Um secretário de Estado que acha normal estar a decidir sobre viagens e sobre horários de avião. Não é assunto para um secretário de Estado, nem para uma CEO [da TAP]", aponta, gravando o email do ex-secretário de Estado das Infraestruturas para a CEO da TAP sobre um pedido para alterar um voo de Marcelo Rebelo de Sousa.
Outra "surpresa é ver o primeiro-ministro a dizer que nem imaginava que tais coisas seguras", proferiu a deputada, questionando: "Afinal, como é feita a coordenação política do Governo?".
Por fim, a comentadora apontou que o ex-ministro Pedro Nuno Santos, "que disse que escreveu um despacho a pedir esclarecimentos à TAP que não se lembrava", depois de tudo o que se ouviu, e salvaguardando que ainda terá de ser ouvido em comissão de inquérito, Cecília Meireles sugere que "o que começa a ficar claro é que não se lembrava que tinha deixado rasto escrito, mas não há como não se lembrar".
Recorde-se que esta segunda-feira, depois de uma semana marcada pelas audições parlamentares a Christine Ourmières-Widener e Alexandra Reis, Costa considerou que o e-mail de Hugo Mendes a condicionar um voo de Marcelo Rebelo de Sousa era "gravíssimo" e garantimos que "não conhecia" esse email "e, se tivesse conhecido, teria obrigado o ministro [das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos] a demiti-lo, na hora".
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