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Costa em cargo europeu? "Operação de marketing da reabilitação da imagem"

O social-democrata foi taxativo, atirando que o debate em torno do assunto "é um bocadinho forçado e artificial", mas que "dá sempre jeito quando um líder e um Governo está em baixo de popularidade".

Costa em cargo europeu? "Operação de marketing da reabilitação da imagem"
Notícias ao Minuto

23:22 - 25/06/23 por Notícias ao Minuto

Política Marques Mendes

No seu espaço habitual de comentário político, neste domingo, Luís Marques Mendes comentou os vários temas que marcaram a atualidade ao longo da semana, entre eles as notícias que dão conta de que António Costa poderá vir a ser candidato à presidência do Conselho Europeu em 2024.

O social-democrata foi taxativo, atirando que o debate em torno do assunto "é um bocadinho forçado e artificial", isto porque considera que embora haja "duas dimensões" na saída (ou não) de António Costa para um cargo europeu - uma europeia e outra nacional - "a questão está na política nacional/interna".

"O problema é interno apenas", frisa, recordando que o Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, definiu "uma regra", quando o Governo tomou posse. "Se o primeiro-ministro sair, há eleições antecipadas", disse, denominando-a como 'a raiz' do problema.

Com uma possível saída do primeiro-ministro para a Europa, "o país sabe que vai haver eleições antecipadas", daí que esteja a haver "um debate forçado", opinou Marques Mendes. 

Na ótica do social-democrata, a "dimensão europeia" é a que não está na origem no debate público porque "se António Costa estiver disponível para sair do Governo e levar a eleições antecipadas cá dentro e querer assumir um cargo europeu, ele consegue esse objetivo".

Justificando essa posição, o comentador frisou que "presidente do Conselho Europeu é um cargo que, em princípio, vai ficar nas mãos de uma pessoa do partido socialista na Europa", atribuindo ao primeiro-ministro a posição "indiscutível" de "político socialista mais prestigiado na Europa nos socialistas e mesmo no campo politico adversário". "Quer se goste ou não goste dele", acrescenta ainda.

"Aqui a questão é relativamente consensual", realça, anotando que "não vale a pena fazer grandes contas", uma vez que "se António Costa estiver disponível a deixar o Governo e ir para a Europa, provavelmente consegue esse objetivo". "Eu acho que este objetivo é altamente possível e julgo ter dados suficientes para dizer isto", reitera.

"Suicídio político de António Costa"

O motivo pelo qual tem havido tanto debate pública, na opinião do social-democrata, prende-se a "uma operação de marketing da reabilitação da imagem de António Costa" que "dá sempre jeito quando um líder e um Governo está em baixo de popularidade".

António Costa tem esclarecido que cumprirá o seu mandato, o que sugere que a ideia que ser candidato à presidência do Conselho Europeu em 2024 fica de fora. Daí que, na ótica de Marques Mendes, uma decisão contrária seria "o suicídio político de António Costa".

O debate, que não traz mais nada senão questões às quais já foram respondidas pelo primeiro-ministro, desencadeia, no entanto, o objetivo que Marques Mendes aponta como a tal "campanha de marketing". "A ideia de que é muito bem visto lá fora, muito pretendido, muito desejado na Europa cria a expetativa entre os portugueses de que pode ir embora", levando o primeiro-ministro a responder que "não", frisa.

"Se ele tomasse essa decisão que é contrariar o que tem dito, entrega o poder de mão beijada a Luís Montenegro", atira, sustentando que "numas eleições antecipadas, Montenegro nem precisa de fazer grande campanha". "Basta passar nas televisões António Costa a dizer que é preciso cumprir o mandato e ganha as eleições tranquilamente", exorta.

Lembrando Pedro Nuno Santos como "sucessor provável de António Costa", o comentador sublinha que "se ganhar as eleições é um herói". "Se for para a Europa, perde para o PSD e internamente", explica.

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