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Buscas no PSD? "Não devem ser confundidas com outros episódios"

O deputado socialista Sérgio Sousa Pinto concorda com a posição de Rui Rio sobre as suspeitas que recaíram sobre o partido.

Buscas no PSD? "Não devem ser confundidas com outros episódios"
Notícias ao Minuto

09:56 - 15/07/23 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política Buscas

"O dr. Rui Rio diz que é uma prática generalizada [ter assessores parlamentares que trabalham para o partido], e é verdade. Sempre foi assim e com cobertura legal."

Assim começou o deputado socialista Sérgio Sousa Pinto por comentar as buscas que a Justiça fez na sede do PSD, bem como na casa do seu antigo líder, Rui Rio, devido à alegada utilização de verbas do Parlamento, que deveriam servir para pagar a assessores parlamentares, e que acabaram por financiar os salários de funcionários do partido entre 2018 e 2022.

"Os acontecimentos que se produziram esta semana são de uma gravidade extrema e não devem ser confundidos com outros episódios de caráter judiciária que têm marcado a atualidade recente", continuou o socialista, garantindo tratar-se de um caso diferente porque "os factos que estarão na origem da abertura deste inquérito têm a ver com a prática de um alegado crime que, aliás, na sua definição, é mais que duvidoso".

Sérgio Sousa Pinto discordou do Presidente da República, considerando que "não há zona cinzenta nenhuma" no que toca à legislação sobre o financiamento dos partidos, até porque "os grupos parlamentares fazem parte dos partidos, as contas são as mesmas e a gestão que os partidos fazem dos recursos postos à sua disposição para potenciar o trabalho político, na arena parlamentar e nas outras arenas de intervenção pública, é matéria estritamente política".

"Eu acho que a lei é claríssima", vincou o deputado, questionando: "A existir uma dúvida, justifica-se uma intervenção desta natureza por parte do Ministério Público (MP), que repetidamente se queixa da insuficiência dos meios?"

Para Sérgio Sousa Pinto, houve uma "atuação indevida e despropositada” do MP, que "se inscreve na fronteira da esfera do poder judicial e a esfera do poder político".

Na quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) mobilizou cerca de 100 inspetores e peritos informáticos e financeiros para um conjunto de 20 buscas, incluindo na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e na sede nacional deste partido.

A CNN noticiou estas buscas em primeira mão, cerca das 10h30, com equipas em direto no exterior da residência de Rui Rio, no Porto, e junto à sede nacional do PSD, em Lisboa, referindo que aconteciam por "suspeitas de crimes de peculato e abuso de poder".

Segundo a CNN, em causa está a utilização, considerada indevida, de verbas para os gabinetes dos grupos parlamentares com pessoal em funções para o partido fora do parlamento.

Perto das 12h00, a PJ comunicou que está a ser investigada a "utilização de fundos de natureza pública, em contexto político-partidário, existindo suspeitas da eventual prática de crimes de peculato e abuso de poderes (crimes da responsabilidade de titulares de cargos políticos), a factos cujo início relevante da atuação se reporta a 2018" - quando Rui Rio liderava o PSD.

Em declarações aos jornalistas, na quarta-feira à tarde, dentro do carro, Rui Rio declarou-se tranquilo, defendendo que os pagamentos em causa "não são ilícitos" e acontecem em todos os partidos, e considerou que o objetivo das buscas de que foi alvo é afetar a sua imagem.

Leia Também: PSD. Deputados pedem reunião para debater "liberdade da ação partidária"

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