Crise no SNS? "Violenta degradação da confiança dos portugueses"
O antigo ministro da Saúde defendeu a necessidade de criar um "acordo social", que englobe todas as profissões do SNS.
© Global Imagens
Política Adalberto Campos Fernandes
O antigo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou, esta sexta-feira, que a atual situação de crise no Serviço Nacional de Saúde "representa uma violenta degradação da confiança dos portugueses no melhor serviço que a democracia criou".
"Só há uma solução. Ir para a mesa de trabalho com uma mesa em branco, abrir um dossier em que há cedências de parte a parte, em que há reconhecimento de erros de parte a parte", começou por referir na CNN Portugal.
Campos Fernandes reiterou a necessidade de criar "um acordo social ou socioprofissional para o SNS que não abranja apenas os médicos, mas também o conjunto das profissões".
"Nós não podemos chegar aos 50 anos da democracia nesta situação. Isso é insustentável. O que estamos a assistir agora é um quadro de alto risco e uma violenta degradação da confiança dos portugueses no melhor serviço que a democracia criou", atirou.
O ex-ministro manifestou-se "desiludido enquanto cidadão e enquanto pessoa que tem envolvimento político", mas assumiu "parte do não 'resultado'". "Faço parte dessa história do 'não resultado', mas acho que ainda temos tempo até ao fim da legislatura para recuperarmos", considerou, acrescentando que atualmente "temos um ministro da Saúde que é médico", referindo-se a Manuel Pizarro.
Sublinhe-se que mais de dois mil médicos entregaram pedidos de escusa às horas extraordinárias, de acordo com dados da Federação Nacional dos Médicos, levando a encerramentos de urgências e fortes constrangimentos nos hospitais de todo o país.
Na quarta-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos afirmou, após uma reunião com o ministro da Saúde, haver abertura do Governo para reabrir a negociação de matérias que estavam encerradas, nomeadamente a fixação do horário de 35 horas semanais.
À saída de uma reunião de urgência realizada a seu pedido, Carlos Cortes apontou ainda haver abertura do Ministério da Saúde para matérias relacionadas com a carreira médica e acrescentou que muitas das questões hoje discutidas requerem um compromisso escrito da tutela até final do próximo mês.
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