"Esta é uma situação que exige os esclarecimentos, exige investigação, exige apuramento, que seja célere e que daí sejam retiradas todas as consequências", afirmou a líder parlamentar comunista.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Paula Santos considerou também que a situação "exige que haja esclarecimentos por parte do primeiro-ministro ao país".

Questionada se o Governo tem condições para se manter em funções, a dirigente do PCP insistiu para que "se façam todos os apuramentos e, a partir daí, se tirem todas as consequências".

"É isso que é urgente neste momento", sustentou, acrescentando: "Perante elementos que não conhecemos, não podemos fazer outro juízo".

Questionada também se é viável um ministro que foi constituído arguido continuar a exercer funções governativas, a líder parlamentar do PCP não respondeu diretamente, assinalando não ter "conhecimento em concreto do processo".

Paula Santos considerou também que "o Governo já está bastante fragilizado ao não dar resposta aos problemas que são emergentes no país e afetam a vida dos trabalhadores e do povo todos os dias".

A líder parlamentar do PCP pediu ainda celeridade no "apuramento e esclarecimentos que são necessários" e defendeu que "não podem servir para ocultar nem adiar as respostas que são necessárias neste momento dar" ao país.

A comunista assinalou que este é um "momento de grande dificuldade por parte dos trabalhadores e do povo, em que o aumento dos salários e pensões, o investimento em saúde, educação e na habitação são cada vez mais urgentes".

O PCP já tinha divulgado uma pequena nota aos jornalistas, na qual defendeu que "devem ser concluídos os apuramentos e retiradas as devidas consequências das conclusões a que se chegar".

O jornal Público noticiou a realização de buscas pela PSP nesta manhã em diversos ministérios e na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, no âmbito de uma investigação sobre projetos de exploração de lítio que foram, entretanto, confirmadas pelo Ministério Público.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o primeiro-ministro é alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça.

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi constituído arguido, bem como o Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Em comunicado, a PGR indica que "poderão estar, designadamente, factos suscetíveis de constituir crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência".

Foram detidos o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor próximo de Costa, Diogo Lacerda Machado, e o presidente da Câmara Municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, assim como dois administradores de empresas.

Na sequência desta situação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já recebeu duas vezes o primeiro-ministro, António Costa, no Palácio de Belém.

[Notícia atualizada às 13h58]

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