PCP e BE contra propostas para celebrar 25 de novembro na Madeira
O PCP e BE manifestaram-se hoje contra duas propostas para celebrar o 25 de novembro de 1975 em sessão solene no parlamento madeirense, apresentadas pela maioria PSD/CDS-PP e pelo Chega, alegando que importa celebrar apenas o 25 de Abril.
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Política 25 de Novembro
"Estas duas propostas pretendem recuperar os discursos bafientos contra conquistas fundamentais do 25 de Abril", disse o deputado único do PCP, Ricardo Lume, na sessão plenária, afirmando que "muitos tentam ainda hoje retirar os direitos que o povo conquistou com a revolução".
Já o deputado único do Bloco de Esquerda, Roberto Almada, classificou os projetos da maioria PSD/CDS-PP e do Chega como "embuste", vincando que a democracia e a autonomia nasceram com a revolução do 25 de Abril.
O parlamentar bloquista criticou a "direita e a extrema-direita" na Assembleia Legislativa da Madeira por quererem celebrar o 25 de novembro de 1975 como génese da democracia e da autonomia, defendendo que o que se deve comemorar nesta data é o facto de ser o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
As propostas da maioria PSD/CDS-PP e do Chega, que serão votadas na sessão plenária de quinta-feira, contaram com o apoio das restantes forças partidárias representadas no parlamento regional, nomeadamente PS -- o maior partido da oposição com 11 deputados num total de 47 --, JPP, IL e PAN.
O líder parlamentar do Chega, Miguel Castro, disse, na apresentação da proposta, que o 25 de novembro de 1975 foi o culminar do processo iniciado em 25 de abril de 1974, na medida em que consolidou a democracia no país, evitando a implantação de um regime comunista de inspiração soviética.
"Celebrar o 25 de novembro é celebrar o reconhecimento da maturidade política e resiliência do povo português", disse, para logo acusar o PCP e o BE de quererem "apagar" uma parte da história de Portugal.
Na apresentação da proposta da maioria PSD/CDS-PP, o social-democrata Jaime Filipe Ramos seguiu o mesmo raciocínio, considerando que há partidos que "convivem mal" com as datas do 25 de abril de 1974 e do 25 de novembro de 1975.
"Para nós, as datas são compatíveis e devem ser comemoradas. O 25 de Abril trouxe a liberdade, o 25 de novembro trouxe a democracia, porque travou a tentativa de implantar um regime comunista", afirmou, vincando que a esquerda "convive mal" com esta data porque quer "branquear uma parte da história".
A crise de 25 de novembro de 1975 assinalou o fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC) e consolidou a democracia representativa em Portugal.
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