Passos e Núncio disseram "o que Montenegro e Melo não dizem mas farão"
A cabeça de lista do PS por Santarém, Alexandra Leitão, considerou hoje que Passos Coelho e Paulo Núncio disseram o que Luís Montenegro e Nuno Melo não dizem, mas querem fazer, acusando a direita de "não gostar da igualdade".
© Global Imagens
Política Alexandra Leitão
"Passos Coelho e Paulo Núncio vieram à campanha da Aliança Democrática (AD) dizer aquilo que Luís Montenegro e Nuno Melo não dizem, mas pensam, que não anunciam, para já, em voz alta, mas que um dia farão se chegarem ao poder", afirmou Alexandra Leitão num discurso no comício do PS na Casa do Campino, em Santarém.
Para Alexandra Leitão, que coordenou o programa eleitoral do PS, "da afirmação falsa de que os imigrantes causam insegurança à vontade de referendar a lei do aborto para voltar a criminalizar as mulheres, é indiferente quem são os protagonistas: a direita tem um profundo desrespeito pela igualdade".
"Seja ela de género, seja ela em função da raça, da etnia, seja ela em função da religião. A direita não gosta da igualdade", acusou, provocando um longo aplauso dos militantes socialistas que a ouviam.
A antiga ministra da Modernização do Estado e Administração Pública (2019-2022) prosseguiu com as críticas à direita, defendendo que "nunca como hoje a ameaça" dos anos da 'troika' está de volta.
"Chame-se Portugal à Frente (PàF) [coligação do PSD/CDS-PP nas legislativas de 2015], seja Aliança Democrática (AD), os protagonistas são os mesmos: Passos Coelho, Luís Montenegro, Paulo Núncio. E pior: as ideias também são as mesmas", afirmou.
Numa análise às propostas da AD, Alexandra Leitão criticou a coligação por achar que, ao baixar os impostos, "magicamente farão crescer a economia", contrapondo que essa receita "nunca teve efeito" e "já falhou".
Nos serviços públicos, a deputada considerou que a AD quer privatizá-los, afirmando que até "querem voltar a trazer do baú da PàF" os contratos de associação "como solução para todas as dificuldades e desafios".
"Só que escondem que essa privatização terá como único efeito a descapitalização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e da escola pública, até que um dia todos dependeremos dos privados, que nos venderão serviços de saúde e educação ao preço que eles nos entenderem vender", advertiu.
Segundo Alexandra Leitão, "desnatar o Estado social, os serviços públicos, retirar prestações sociais e pensões, esse é o legado passado do PSD e do CDS e não tenham dúvidas de que é também a sua promessa para o futuro".
"Mas há pior. Nestas eleições, está em causa uma conquista civilizacional da democracia que se resume a uma frase simples: respeito pelas pessoas, respeito por todas as pessoas", afirmou.
Salientando que, atualmente, há uma "extrema-direita racista, xenófoba e misógina a espreitar", Alexandra Leitão pediu que não haja ilusões: "o PSD e o CDS querem agradar a esse eleitorado".
Avisando que hoje "não é só o Estado social que está em causa", a cabeça de lista do PS por Santarém deixou um aviso às mulheres: "nenhum direito é adquirido, nenhum avanço pode ser tomado como garantido".
Alexandra Leitão referiu que se está a fazer um caminho em direção à igualdade plena, mas ainda não foi atingida "nem ao nível salarial, nem dos lugares de poder" e ainda não se conseguiu eliminar a violência contra as mulheres.
"Portanto, qualquer recuo neste caminho é fatal. Votar na direita, em toda a direita, seja ela qual for, é abrir o caminho ao retrocesso nos direitos das mulheres. Peço-vos que não o permitam", apelou.
A deputada do PS defendeu que "só o PS pode impedir o avanço da direita que porá em perigo a qualidade da democracia, dos direitos das mulheres e das minorias, os direitos sociais de todos".
"Um Portugal solidário, igual e justo, um território coeso é o objetivo que nos inspira e nos motiva a fazer mais e melhor, honrando o passado do PS, mas com vontade de renovação e mais espírito progressista. Esta é a visão do nosso futuro primeiro-ministro Pedro Nuno Santos e do PS para um Portugal inteiro", frisou.
Manifestando confiança de que o PS vai ganhar as legislativas, Alexandra Leitão disse que o partido encara estas eleições "com orgulho no passado, mas a olhar para o futuro", destacando medidas implementadas nos últimos oito anos como a devolução do rendimento às pessoas, a criação de meio milhão de postos de trabalho, o reforço da prestação social ou o descongelamento das carreiras.
"Isto conseguiu-se com respeito pelo equilíbrio orçamental e reduzindo o défice e a dívida pública, demonstrando que o PS é o partido da responsabilidade e da justiça social. E devolveu-se aos portugueses a esperança e o orgulho no futuro do país, depois de quatro anos em que nos convenceram que vivíamos acima das nossas possibilidades", afirmou.
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