Resultado do PS na Madeira reflete "desgaste" da governação na República
O líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, considerou que os resultados regionais do partido nas eleições nacionais de hoje são um reflexo da "onda de direita" em associação com o "fenómeno Chega"e refletem o "desgaste" da governação socialista na República.
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Política Paulo Cafôfo
"Estamos muito preocupados -- tenho que o dizer -com o resultado destas eleições que representam um retrocesso naquilo que são as conquistas democráticas e os princípios do 25 de Abril", disse o também candidato eleito do PS pelo círculo da Madeira para a Assembleia da República, no Funchal.
De acordo com os resultados provisórios das eleições legislativas antecipadas, pelo círculo eleitoral da Madeira - que elege seis deputados - divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS perdeu um dos três deputados que tinha em São Bento, enquanto a coligação PSD/CDS manteve os três lugares que ocupava e o Chega consegui eleger pela primeira vez um representante pela região.
Na legislatura que termina, o PS e a coligação PSD/CDS (Madeira Primeiro) dividiam os seis lugares, com três deputados cada. Hoje o PS elegeu Paulo Cafôfo e Miguel Iglésias que se mantém em São Bento.
Cafôfo argumentou que "a leitura destes resultados a nível da região tem muito a ver com o desgaste da governação nacional" e "há um efeito contágio", visto que o PS/Madeira sempre conseguiu melhores votações na região quando foram "grandes" os resultados do partido no território continental.
"Há aqui um efeito de contágio que podemos analisar, tendo em contra os resultados de outras eleições", sublinhou o responsável socialista insular, apontando que uma associação "desta onda de direita relativamente com os resultados da esquerda, com o fenómeno Chega é preocupante".
Declarando que, apesar dos factos políticos se terem sobreposto face às suas previsões quando decidiu liderar o PS/Madeira, Cafôfo assegurou que pretende assumir o seu lugar de deputado na Assembleia da República.
Paulo Cafôfo salientou que os eleitores da Madeira hoje "votaram para o próximo Governo" e opinou ser necessário respeitar a escolha democrática feita pelo eleitorado da região "numa eleição que foi difícil".
Contudo, declarou estar convicto que "numas eleições legislativas regionais os resultados seriam claramente outros", reforçando que "não se se pode extrapolar os resultados a nível nacional para os resultados da região".
O líder do PS/Madeira atestou que o partido "não desmobiliza", porque integra homens e mulheres "de muita resiliência, de muito caráter" e vai "com toda a garra, com toda a força" para o cenário de marcadas eleições regionais antecipadas.
"Consideramos que nunca como agora quando estão em causa os valores de Abril", referiu, indicando que o PS regional se vai apresentar com toda a determinação nesse ato eleitoral, que será o candidato a presidente do Governo Regional e mantém a estratégia de "ser poder na região".
"Saímos daqui reforçados na nossa convicção porque é nos momentos difíceis que temos de dar a cara e fazer tudo para os madeirenses e porto-santenses confiarem em nós, porque acreditamos que temos um melhor projeto para a Madeira, do que tem o PPD/PSD e não acreditamos num partido como o Chega, que fala muito mas não apresenta qualquer proposta para resolver os problemas que tanto fala", concluiu.
Nas eleições de hoje, de acordo com os dados provisórios, a coligação PSD/CDS foi a força mais votada com 35,38% dos votos, seguido do PS (19,84%), do Chega (17,56%) e do JPP (9,58%).
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