No rescaldo das eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, no domingo, o Partido Socialista (PS) e o Juntos Pelo Povo (JPP) aprontaram-se a oferecer uma solução governativa para a região, após o Partido Social Democrata (PSD) - que governa a ilha há 48 anos - ter vencido as eleições, mas sem maioria absoluta.
"Após o resultado das eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira, e com o objetivo de promover uma solução de governo estável, mas também responsável, o PS e o JPP chegaram a um compromisso conjunto", anunciou o líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, em declarações aos jornalistas, na segunda-feira.
O secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, por sua vez, já tinha dito que estava a preparar "cenários de estabilidade" para o executivo. Os dois partidos, juntos, agregam 20 lugares no parlamento regional, ainda longe dos 24 mandatos necessários para ter maioria absoluta, mas mais perto do que o PSD, que conquistou 19 mandatos.
Os sociais-democratas, pela voz do seu líder nacional, Luís Montenegro, reagiram prontamente à notícia, acusando PS e JPP de estarem mais preocupados em 'geringonçar' do que em fazer oposição. "Enquanto nós vencermos eleições, vamos governar: Nós os vencedores das eleições estamos concentrados em governar, os derrotados das eleições estão concentrados em geringonçar", criticou Montenegro, acusando os perdedores nestas eleições de terem "uma postura de altivez e arrogância".
De seguida, no entanto, o líder do PSD e primeiro-ministro do país não ficou sem resposta. O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, entrou em jogo e respondeu à letra, vaticinando: "Não me imiscuo naquilo que são as conversações que são feitas a nível regional. É muito importante que desde logo um primeiro-ministro não engane os portugueses sobre aquilo que diz a Constituição".
Numa Assembleia da República ou numa Assembleia Legislativa Regional - ao contrário do que acontece "numa autarquia local", onde "quem tem mais votos" - são eleitos "representantes do povo e os diferentes representantes da população encontram solução de governo", defendeu Pedro Nuno Santos, à margem do primeiro dia de campanha para as Eleições Europeias, em Almada.
À 'bulha' juntou-se também o líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, definindo a proposta de governo do PS com o JPP como "encenações e momentos teatrais que não têm nenhuma possibilidade de trazer novidade ao panorama político". "Podiam ter convidado também o BE e o PCP porque o resultado seria exatamente o mesmo", ironizou, sendo que nem bloquistas nem comunistas conseguiram eleger deputados à Assembleia Regional madeirense.
Representante da República recebe partidos
Na sequência das eleições na Madeira, que não resultaram em nenhuma constituição óbvia de novo governo, o Representante da República na região, Ireneu Barreto, vai ouvir os partidos eleitos, esta terça-feira. Às 10h00, a ronda de encontros começa com a deputada reeleita do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Mónica Feitas, que foi fulcral na formação do governo regional em setembro do ano passado.
Depois, Ireneu Barreto tem reuniões marcadas com a IL, que manteve o deputado Nuno Morna no parlamento regional, e o CDS-PP, que elegeu dois deputados, entre eles o líder José Manuel Rodrigues.
O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, recebe hoje os partidos eleitos nas regionais antecipadas de domingo dada "a urgência em se encontrar uma solução de Governo".
Lusa | 05:28 - 28/05/2024
A partir das 14h00, será a vez do Chega, que viu o seu grupo parlamentar na Madeira ficar do mesmo tamanho, com quatro deputados. Seguir-se-á o JPP, que aumentou a sua presença no hemiciclo de cinco para nove parlamentares.
Às 16h00, será a vez do PS, segundo partido mais votado nas eleições de domingo, conquistando 11 lugares no hemiciclo. Depois, em último lugar, o PSD irá reunir com Ireneu Barreto.
Segundo os resultados divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PSD venceu as eleições com 49.103 votos (36,13%), conquistando 19 mandatos. Seguem-se o PS, com 11 deputados, o JPP, com nove, o Chega, com quatro, o CDS-PP, com dois, e a IL e o PAN, com um deputado cada.
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