"Temas europeus não apaixonam". AD quer ganhar para "reforçar" Governo
Na ótica de Marques Mendes, "os temas europeus, na linguagem popular, não puxam muito carroça", apesar de o Parlamento Europeu ser "muito importante". Contudo, o comentador reconheceu que "há sempre uma leitura nacional das eleições Europeias".
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Política Marques Mendes
O antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), Luís Marques Mendes, considerou, este domingo, que a Aliança Democrática (AD) pretende sair vitoriosa nas eleições Europeias de 9 de junho para "reforçar" não só a coligação, mas também o Governo de Luís Montenegro. Contudo, o comentador equacionou que, caso o Partido Socialista (PS) vença, não quer dizer que o Orçamento de Estado (OE) para 2024 será automaticamente chumbado.
"Se a AD ganhar as eleições, evidentemente que Luís Montenegro sai reforçado; fica com mais fôlego e condições para aprovar o OE no final do ano", começou por dizer Marques Mendes, no seu espaço de comentário na SIC.
O social-democrata referiu ainda que, se a coligação perder, a situação ficará "um pouco mais pantanosa".
"Não acho que isso signifique necessariamente o chumbo do Orçamento, mas evidentemente que torna a situação mais difícil. Portanto, claro que Luís Montenegro e a AD querem ganhar as eleições para se reforçar", concretizou.
Já no caso do Partido Socialista (PS), o economista salientou que, "seja qual for o resultado, mesmo que Pedro Nuno Santos perca, a sua liderança não está em causa".
"Agora, se ganhar estas eleições, sai politicamente reforçado. São as primeiras eleições em que joga toda a sua responsabilidade, não partilha responsabilidade com ninguém, como aconteceu em março. [...] Não quer dizer que vá chumbar o Orçamento, mas fica com mais fôlego", disse.
Marques Mendes resumiu, assim, que "quem ganhar fica fortalecido", enquanto "quem perder fica um pouco enfraquecido", mas ressalvou que "nem isso dá o derrube do Governo, nem isso dá mudança de liderança".
"As pessoas olham para as eleições Europeias e acham que são menores"
Na ótica do antigo líder do PSD, a abordagem de temas de carácter nacional como a habitação, a saúde e até mesmo o aborto fazem parte da campanha para as eleições Europeias, uma vez que "os temas europeus não apaixonam muito os cidadãos".
"As pessoas olham para as eleições Europeias e acham que são menores. [Mas] não é um problema português; acontece em todo o lado. Por isso é que os candidatos, os partidos e os líderes partidários, a dada altura, introduzem temas nacionais em campanha, para chamar mais atenção", explicou.
É que, segundo Marques Mendes, "os temas europeus, na linguagem popular, não puxam muito carroça", apesar de o Parlamento Europeu ser "muito importante". Contudo, o comentador reconheceu que "há sempre uma leitura nacional das eleições Europeias".
O economista considerou ainda ser "normal" o envolvimento dos líderes partidários nas diferentes campanhas, tendo destacado apenas o comportamento do porta-voz do Livre, Rui Tavares, como menos normal, se tivermos em conta os bons resultados obtidos nas eleições Legistativas.
"Nesta eleição não há voto útil; votam sobretudo os fiéis", recordou.
Cotrim de Figueiredo deverá ser eleito vice-presidente dos liberais europeus
Tecendo elogios à generalidade dos cabeças de lista, Marques Mendes anunciou que o candidato da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim de Figueiredo, deverá ser eleito vice-presidente dos liberais europeus, em outubro, num congresso que acontecerá em Portugal.
Ministra da Saúde avançará com auditoria ao INEM
Já nas notas finais, o social-democrata deu conta de que apurou que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, avançará com uma auditoria administrativa e financeira ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a primeira vez que o organismo será alvo de um escrutínio desta natureza.
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