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"BE é o único à Esquerda capaz de disputar eleição de 2.º eurodeputado"

O antigo coordenador do BE Francisco Louçã considerou hoje que o seu partido é o único à Esquerda capaz de disputar a eleição de um segundo eurodeputado, numa intervenção com duras críticas às "campanhas da indiferença" da oposição.

"BE é o único à Esquerda capaz de disputar eleição de 2.º eurodeputado"
Notícias ao Minuto

23:25 - 04/06/24 por Lusa

Política Francisco Louçã

"O BE que se reforçou nas últimas eleições, e continuará, é, por isso mesmo, o único partido que à esquerda pode disputar a eleição do segundo deputado", considerou o antigo coordenador bloquista entre 2005 a 2012, numa intervenção num comício de campanha das europeias, no Porto.

Louçã rejeitou a ideia de que as europeias serão uma segunda volta das eleições legislativas de março, mas sim "a continuação da festa dos 50 anos do 25 de abril".

"Nestas eleições ninguém faltará e daremos o recado à Catarina Martins e ao José Gusmão: levem o nosso cravo e levantem-no bem", apelou.

Na sua intervenção, o político e economista deixou duras críticas às campanhas de "indiferença" e "nostalgia" da oposição.

"A indiferença instalou-se como um vírus, na verdade é uma pandemia. Ela estabelece um nevoeiro político dentro do nosso país e mais do nunca nesta campanha", considerou.

O antigo coordenador considerou que "a indiferença é uma casta, são bufões e essa casta não é uma extrema-direita a tentar empurrar a direita, é tudo a mesma coisa na bufonaria".

"Não nos temos que perguntar se eles cedem ou não cedem: já pensam, já são e já agem como a extrema-direita. Não há cavernícolas que saiam do armário: já pensam, já agem, na democracia, na migração, nos direitos das mulheres e em todos os planos da liberdade já agem como a extrema-direita. E é por isso que é preciso uma esquerda", considerou.

Numa intervenção de cerca de 15 minutos, Louçã enumerou quatro tipos de indiferença, começando pela indiferença "perante a guerra".

Logo de seguida, criticou a aprovação do Pacto para as Migrações e Asilo da União Europeia.

"Na verdade, quando nos preocupamos com a procura de von der Leyen para uma aliança com a extrema-direita entendamos muito bem: ela não está à procura de nada, ela já encontrou", alertou, apontando também a mira ao Chega, por praticar "a política mais degradante e mais suja".

O bloquista apontou também o dedo aos cabeças de lista da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP/PPM), PS e IL por criticarem o pacto para as migrações e proporem alterações depois de as suas famílias políticas europeias o terem aprovado em Estrasburgo.

"Pedem que confiemos neles com a certeza absoluta que não podemos confiar. Não acreditam em si próprios e querem que acreditemos nesta palavra", criticou.

Louçã salientou ainda "a proximidade sobre os juros" entre AD, PS e IL, por contestarem a proposta bloquista de que o Banco Central Europeu (BCE) deve ter escrutínio democrático.

Nesse caso, ironizou, para estes partidos "a democracia faz mal, é defeituosa, e tem que haver um tecnocrata que desceu do céu como os anjos e que sabe o que não sabemos".

Numa intervenção recheada de críticas à oposição, e na qual a luz chegou a falhar algumas vezes, Louçã ainda teve tempo para visar o cabeça de lista da IL, João Cotrim de Figueiredo, por ter recomendado a Catarina Martins um livro do economista Milton Friedman, "apoiante de uma ditadura".

"Das duas uma: ou Cotrim conhece a lombada e não conhece o autor, ou conhece o título e não o conteúdo, ou conhece o autor de nome mas não sabe a sua história e isso é poucochinho para quem diz tanto da sua literacia financeira ou outra", atirou.

Nem o cabeça de lista do Chega, embaixador Tânger Correia, escapou a críticas, depois de ter afirmado que tem um projeto para recentrar Portugal a "nível Atlântico" que nem o líder do seu partido conhece.

"Parece a anedota do soldado: meu capitão, fiz um prisioneiro. Onde é que está o prisioneiro? Não quis vir. Eu sei que vocês compram pipocas para saber como Ventura vai corrigir Tânger Correia mas isto é uma ideia de país, é indiferença", avisou Louçã.

[Notícia atualizada às 6h57 de 5 de junho]

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