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Crise? Marques Mendes acredita que PS "vai viabilizar o OE com abstenção"

O social-democrata considerou que o PS acabará por "ganhar credibilidade" por colocar "o interesse nacional acima do interesse partidário", quer decida negociar ou não.

Crise? Marques Mendes acredita que PS "vai viabilizar o OE com abstenção"
Notícias ao Minuto

23:09 - 25/08/24 por Daniela Filipe

Política Marques Mendes

O social-democrata Luís Marques Mendes considerou, este domingo, que o país não mergulhará novamente numa crise política, tendo dado conta da sua convicção de que o Partido Socialista (PS) viabilizará o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) "com a sua abstenção".

 

"Julgo que não vamos ter qualquer crise. Julgo que o orçamento vai ser aprovado e que não vamos ter eleições antecipadas, [o que] é bom para o país. O país precisa de normalidade e de estabilidade", começou por dizer o advogado, no seu espaço de comentário na SIC.

De facto, na ótica do antigo presidente do Partido Social Democrata (PSD), "vai ser o PS a viabilizar o orçamento com a sua abstenção", uma vez que um "cenário de eleições antecipadas não é nem viável, nem recomendável para o país".

Nessa linha, os socialistas têm duas opções: Negociar ou não negociar. Ainda que ambas as hipóteses tenham as suas vantagens e desvantagens, Marques Mendes apontou que o PS acabará por "ganhar credibilidade" por colocar "o interesse nacional acima do interesse partidário".

"Se negociar com o Governo, há que haver negociações em setembro. O PS até pode ter alguns ganhos, mas fica comprometido com o conteúdo do orçamento e um pouco condicionado a fazer oposição. A outra hipótese é uma solução ‘à Marcelo’", disse, referindo-se a uma viabilização política, mas que não se comprometa com o conteúdo, opção tomada pelo então líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa, no Governo de António Guterres.

Apesar de o único que "manifesta abertamente interesse em eleições" ser o partido de extrema-direita Chega, Marques Mendes não deixou de alertar os sociais-democratas que esse cenário não seria "recomendável".

"Acho que há também algumas pessoas dentro do PSD que, embora não o dizendo em público, no fundo pensam-no; é o sonho cavaquista de 1987", disse, referindo-se à queda do Governo minoritário de Cavaco Silva e à consequente maioria absoluta. "As circunstâncias não são iguais a 1987", advertiu.

O comentador político salientou ainda que o Executivo de Luís Montenegro terá de introduzir "alguma reformazinha" no OE, sugerindo, por isso, um corte das "gorduras do Estado", mediante a fusão "de serviços inúteis que existem em muitos setores ou com competências sobrepostas", da redução de "gestores, assessores e diretores que, normalmente, são amigos e afilhados dos partidos que estão no poder", e ainda do corte "na frota automóvel do Estado, que é um absurdo".

Harris ou Trump? Marques Mendes atira 'farpa' a Hugo Soares: "Não pode haver hesitação"

Antes de abordar o panorama das eleições norte-americanas, que ocorrem em novembro, o social-democrata não deixou de atirar uma ‘farpa’ ao líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, que disse, em entrevista ao Expresso, na sexta-feira, que "teria muita dificuldade" em escolher entre o candidato republicano, Donald Trump, e a candidata democrata, Kamala Harris.

Sem nomear o parlamentar, Marques Mendes recordou que "para nós, portugueses, e para nós, europeus, não é a mesma coisa se ganhar Donald Trump ou se ganhar Kamala Harris".

"Acho que haver uma hesitação nesta matéria é um erro enorme. Não pode haver hesitação nesta escolha", disse, uma vez que "Kamala Harris respeita as regras da democracia [e] Donald Trump não tem respeitado as regras da democracia".

Na ótica do comentador, trata-se de uma questão de "princípio" e de conhecimento de política externa, indicando que "Donald Trump despreza a Europa, [enquanto] os democratas têm uma relação muito construtiva com a Europa".

"Em 2020, [Trump] não aceitou os resultados eleitorais. Ora, quem não respeita uma regra da democracia, não pode ter complacência", rematou.

Leia Também: OE2025. Governo retoma em setembro negociações com partidos

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