O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, afirmou, esta segunda-feira, que, após a divulgação das reuniões secretas do Governo com André Ventura, do Chega, e Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, foi possível "perceber melhor a motivação" de um comunicado do Executivo, no qual foi acusado de "indisponibilidade recorrente" para discutir o Orçamento do Estado para 2025.
"Foi sempre dito e passado a mensagem por quem governa de que o Partido Socialista era um parceiro preferencial. Não temos nenhum problema que o Governo fale com quem bem entender, agora não se pode continuar a fazer de conta que há um parceiro preferencial. Ele não existe", afirmou, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita a Baião.
Após a divulgação das reuniões com os líderes do Chega e da IL, Pedro Nuno Santos disse que "hoje percebe melhor a motivação do comunicado" enviado pelo Governo na noite de domingo.
"O Governo tinha medo de ser apanhado a ter reuniões secretas com o Chega, nomeadamente, e tinha a necessidade de mostrar que quer, que tentou e que procurou reunir-se com o Partido Socialista", acrescentou.
Em causa estão reuniões de Montenegro com Ventura e Rui Rocha, durante a manhã desta segunda-feira. A notícia da reunião de Luís Montenegro com Rui Rocha foi avançada esta tarde pelo Observador, depois de o canal televisivo CNN Portugal ter igualmente noticiado um encontro entre o primeiro-ministro e o líder do Chega, que nenhuma das partes quis confirmar nem desmentir.
O gabinete do primeiro-ministro afirmou, contudo, que "há encontros com entidades e personalidades de várias áreas, incluindo políticos, sobre temas de interesse nacional". Estes encontros "ocorrem muitas vezes com discrição".
Notícias ao Minuto com Lusa | 15:14 - 23/09/2024
Posteriormente, o gabinete do primeiro-ministro frisou, num comunicado às redações, que "não há reuniões secretas" em São Bento, mas sim "encontros com entidades e personalidades de várias áreas, incluindo líderes políticos, sobre temas de interesse nacional, que ocorrem muitas vezes com discrição e sem a presença da comunicação social".
Para o socialista, "a conclusão que se pode retirar de um conjunto de declarações e de ações por parte do Governo é que o Governo não está interessado em negociar, nem em criar um bom ambiente negocial".
Questionado sobre o facto de o líder do Chega ter afirmado que as reuniões entre o Governo e o PS para a discussão do Orçamento do Estado são um "espetáculo deprimente", o socialista recusou comentar: "Não tenho muito a dizer sobre o que diz André Ventura sobre qualquer tema, sobretudo este. Estamos a falar de alguém que acusou o PS de estar a fazer reuniões secretas com o Governo e quem as fez não fomos nós. Foi mesmo o Chega".
Sublinhe-se que a primeira reunião entre o primeiro-ministro e Pedro Nuno Santos para debater o OE 2025 foi marcada no domingo para a próxima sexta-feira, às 15h00.
A informação foi transmitida cerca de uma hora depois de o primeiro-ministro ter enviado um comunicado às redações a acusar o secretário-geral do PS de "indisponibilidade recorrente" para uma reunião sobre o documento, alegando que está a tentar marcar uma reunião com Pedro Nuno Santos sobre o Orçamento do Estado para 2025 desde 4 de setembro.
Em resposta, o líder do PS acusou o Governo de provocar os socialistas com um "comunicado inaceitável" sobre o processo negocial do Orçamento do Estado para 2025 e querer criar uma "indesejável instabilidade política", rejeitando alimentar "discussões infantis e estéreis".
Leia Também: Iniciativa Liberal confirma que Rui Rocha teve reunião com Montenegro
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com