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PCP propõe mobilização de verbas para apoiar quem quer deixar prostituição

O PCP propôs em sede orçamental que seja criada uma estratégia de prevenção e combate à prostituição que preveja a mobilização anual de verbas para ajudar quem quer deixar aquela atividade, através de apoios educativos, laborais ou de saúde.

PCP propõe mobilização de verbas para apoiar quem quer deixar prostituição
Notícias ao Minuto

23/11/24 16:58 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Política OE2025

Em comunicado, o PCP refere que, esta segunda-feira, se vai assinalar o Dia Internacional para a eliminação de todas as formas de violência sobre as mulheres, e salienta que apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para criar uma "estratégia de prevenção e combate à prostituição".

 

Nessa estratégia, segundo o partido, está prevista a "implementação de programas de 'saída' visando suprir a inaceitável inexistência de instrumentos legais que reconheçam esta grave e intolerável forma de violência sobre as mulheres".

"Esta iniciativa visa a inscrição anual de verbas no Orçamento do Estado que visem uma intervenção continuada na garantia de medidas que promovam os apoios necessários a criar oportunidades de saída da prostituição das pessoas que decidem libertar-se desta forma de violência", lê-se.

O partido salienta que esses apoios seriam multidisciplinares e incluiriam, "entre outros, serviços de apoio educativos, laborais, habitacionais, de saúde (física e psicológica)".

Além destas verbas, a estratégia prevê também "medidas de prevenção absolutamente prioritárias, visando impedir que mais mulheres sejam obrigadas a recorrer à prostituição pela ausência de meios de subsistência, o que impõe um sério combate às situações de vulnerabilidade económica e social, de pobreza e exclusão social".

Neste comunicado, o PCP saúda ainda o facto de, nesta sexta-feira, o parlamento ter aprovado uma proposta de alteração ao orçamento do partido que "concretiza a responsabilidade do Governo em reforçar os meios financeiros da rede de estruturas de apoio às vítimas de violência e o reforço de verbas para a realização de programas dirigidos aos agressores, visando a prevenção da reincidência da violência doméstica".

O partido refere, contudo, que ainda há "muito que falta fazer na prevenção da violência doméstica, seja física ou psicológica", considerando que é "fundamental dar prioridade a interromper o mais cedo possível contextos onde germina e se adensa esta forma de violência".

Entre as medidas que considera importante implementar, o PCP salienta que entregou um projeto de lei no parlamento "que define o regime jurídico aplicável à prevenção da violência doméstica e à proteção e à assistência das suas vítimas".

No diploma em questão, o PCP propõe "uma melhor salvaguarda de proteção a quem foi atribuído o estatuto de vítima" - que inclui, por exemplo, "o alargamento da isenção de custas nos processos que corram no tribunal de família e menores" ou a salvaguarda de direitos laborais - assim como "apoio para iniciar um novo projeto de vida".

Além deste diploma, quer também criar uma "plataforma de prevenção e monitorização do risco, a funcionar nos serviços públicos competentes, visando a reinserção de todas as ocorrências verificadas relativamente à vítima, permitindo uma mais ampla base de informação que permita uma melhor ponderação das situações de risco sujeito ao dever de confidencialidade".

Neste comunicado, o PCP considera que "a violência doméstica e a exploração das mulheres na prostituição são expressões mais visíveis de outras dimensões de violência sobre as mulheres, enquanto problemas sociais que urge prevenir, combater e banir".

"Assumir esta prioridade impõe a rutura com a política de direita e implementar soluções alternativas", defende o partido, que promete continuar a intervir com propostas "em que articula o combate a todas as formas de violência sobre as mulheres, com a prioridade de dar combate a todas as formas de discriminações e desigualdade que as afetam".

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