"Vergonha". Chega protesta fim de corte de salários dos políticos na AR
O partido populista de direita radical colocou várias faixas nas janelas do Parlamento.
© André Ventura
Política CHEGA
O partido populista de direita radical Chega colocou várias faixas de protesto na fachada da Assembleia da República, esta sexta-feira, face à reversão do corte de 5% dos vencimentos dos políticos, medida aprovada ontem nas votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
"Hoje não podíamos deixar passar. Num momento em que não há dinheiro para pensões ou baixar impostos, os partidos aumentaram o salários dos políticos neste Orçamento. Não passarão impunes!", escreveu o presidente do partido, André Ventura, na rede social X (Twitter).
O líder populista incluiu ainda uma fotografia, na qual se mostra à janela, de punho erguido, diante de uma faixa com a mensagem: "OE2025 aumenta salários dos políticos. Vergonha."
Além desta inscrição, foram também colocados pendões em tom de vermelho com montagens de fotografias do primeiro-ministro, Luís Montenegro, do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e do líder do CDS-PP, Nuno Melo, como se estivessem a mostrar dinheiro em frente à cara.
Já na quinta-feira, Ventura argumentou que o orçamento social-democrata "é pior do que todos os outros orçamentos do Partido Socialista (PS)".
Hoje não podíamos deixar passar. Num momento em que não há dinheiro para pensões ou baixar impostos, os partidos aumentaram o salários dos políticos neste Orçamento.
— André Ventura (@AndreCVentura) November 29, 2024
Não passarão impunes! pic.twitter.com/yP1iea04CO
"Neste sentido político, este é o orçamento da vergonha, verdadeiramente", disse, tendo criticado o fim do corte de 5% nos vencimentos dos políticos que existia desde 2011.
O responsável considerou também que não era possível "ter um orçamento que vai voltar a aumentar os salários dos políticos", mas não aumentar as pensões em 1,25 pontos percentuais, além da atualização regular anual, medida proposta pelo PS e ontem aprovada.
Recorde-se que a proposta do PSD e CDS-PP apontava que "volvidos mais de 10 anos, todas as medidas aprovadas no âmbito da consolidação orçamental de redução de défice excessivo e de controlo do crescimento da dívida pública foram revogadas", com exceção das que ditavam a redução em 5% do vencimento mensal ilíquido dos titulares de cargos políticos e dos gestores públicos executivos e não executivos, incluindo os pertencentes ao sector público local e regional, e dos equiparados a gestores públicos.
"Assim, é da maior justiça a reposição da situação remuneratória dos titulares de cargos políticos e dos gestores públicos executivos e não executivos, incluindo os pertencentes ao sector público local e regional, e dos equiparados a gestores públicos, mediante a revogação da redução em 5% do respetivo vencimento mensal ilíquido", lê-se na proposta.
O fim do corte do vencimento de políticos, medida que foi iniciada em 2010 no âmbito do chamado PEC [Programa de Estabilidade e Crescimento] II, foi aprovado com os votos contra do Chega, IL, Livre e BE, abstenção do PCP e votos a favor dos demais.
[Notícia atualizada às 10h09]
Leia Também: Parlamento aprova fim do corte de 5% dos vencimentos dos políticos
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com