Chega retira pendões da fachada da AR após chegada de Bombeiros Sapadores
Elementos do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa chegaram à Assembleia da República pelas 11h20 para retirar os pendões colocados pelo Chega, mas quando se aproximaram das janelas as faixas foram recolhidas a partir do interior do edifício.
© Lusa
Política Parlamento
Os bombeiros montaram uma grua para aceder às janelas e retirar as faixas colocadas na fachada principal do Palácio de São Bento, mas acabaram por não ter de intervir uma vez que, quando os bombeiros se aproximaram, estas começaram a ser puxadas por elementos do partido, entre os quais o líder, André Ventura, a partir do interior.
Os sapadores seguiram depois para a lateral do palácio e para o edifício novo e os pendões foram sendo retirados um a um, por elementos do partido, mas só depois de os bombeiros se aproximarem de cada uma das janelas dos gabinetes que lhe estão atribuídos.
O regimento esteve no local durante cerca de meia hora, mas todas as faixas foram retiradas pelo partido.
O Chega colocou de manhã vários pendões na fachada do edifício da Assembleia da República contra o fim do corte nos vencimentos dos políticos, que foi aprovado no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano.
No arranque dos trabalhos, o presidente da Assembleia da República disse que notificou o Chega para retirar os pendões e que, se tal não fosse feito, iria pedir a intervenção dos bombeiros.
Em declarações aos jornalistas depois da discussão do tema em plenário mas antes da chegada dos bombeiros, o líder do Chega indicou que as faixas seriam retiradas após a votação do Orçamento do Estado.
André Ventura sustentou que a proposta "na verdade é um aumento" dos vencimentos dos políticos e que "muitos outros setores ainda vivem com os cortes da 'troika'", dando como exemplo as indemnizações por despedimentos ou o número de dias de férias.
"Os políticos estão a tratar de si próprios antes de tratar do país", criticou, defendendo que esta ação era "a única forma de o país perceber que está a ser roubado" e recusou que se trate de vandalismo, mesmo quando está em causa um edifício que é património nacional.
O presidente do Chega voltou a dizer que todos os deputados do seu partido vão prescindir do valor e ainda hoje iriam entregar "nos serviços financeiros da Assembleia da República uma carta assinada por todos a dizer que não querem receber no seu salário de janeiro a reposição que vai ser feita" e indicou que vai dar indicação aos restantes eleitos, como os autarcas, para fazerem o mesmo.
As faixas foram colocadas nas fachadas principal e lateral do edifício da Assembleia da República e também no chamado edifício novo do parlamento, penduradas em várias janelas, com a inscrição "OE2025 aumenta salários dos políticos. Vergonha".
Além desta inscrição, existiam também pendões em tom de vermelho com montagens de fotografias do primeiro-ministro, Luís Montenegro, do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e do líder do CDS-PP, Nuno Melo, como se estivessem a mostrar dinheiro em frente à cara.
Em causa não está o aumento dos salários dos políticos, mas o fim do corte de 5% dos vencimentos que foi aplicado em 2010 no contexto da crise financeira que levaria ao pedido de ajuda externa por parte de Portugal em 2011.
A proposta de PSD e CDS-PP foi aprovada com os votos contra do Chega, IL, Livre e BE, abstenção do PCP e votos a favor dos demais.
[Notícia atualizada às 12h29]
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