"Os ministros portugueses estão de cabeça perdida"
Ao Diário de Notícias (DN), Ana Drago mostra-se esperançosa com a vitória do Syriza e acusa o Governo português, e em especial Pedro Passos Coelho, de estarem de ?cabeça perdida? aos criticarem a vitória do partido grego de extrema-esquerda. A ex-deputada do Bloco de Esquerda (BE) fala ainda da situação do país, defendendo que ?hoje vive-se em Portugal um sentimento de urgência?.
© Global Imagens
Política Ana Drago
Ana Drago está convicta de que “a vitória do Syriza abre uma esperança” para “começar a alterar a política de austeridade que tem sido praticada na Europa”, embora reconheça que, pela frente, está “um caminho muito difícil”.
Ao Diário de Notícias (DN), a ex-deputada do Bloco de Esquerda (BE) e agora membro do Fórum Manifesto tece duras críticas à posição expressa pelo Governo português face à vitória do Syriza.
“Os ministros portugueses estão de cabeça perdida, não entenderam nada do que aconteceu na Grécia”, começa por dizer, focando, depois, as suas acusações no primeiro-ministro: “Passos Coelho veio falar de ilusões, mas ilusões é dizer-nos que a austeridade que foi aplicada em Portugal nos últimos anos, e resultou num desemprego histórico, numa emigração como não víamos desde o fascismo e num crescimento da dívida e que é a política que resolve o problema”.
“Há uma relativa sensação de bloqueio na representação democrática nestes últimos quatro anos. Por uma situação óbvia institucional: há uma maioria e um Presidente de direita”, diz, sublinhando o facto de “a dificuldade de encontrar compromissos políticos à esquerda manteve-se demasiado tempo”. “Isso é um sufoco”, alerta, frisando que “não basta a denúncia de políticas de austeridade e protestos contra elas – obviamente que são necessários –, mas é necessário dar o passo em frente e assumir uma responsabilidade cidadã pelo tempo que estamos a viver”.
Ana Drago revela, ainda, que “hoje vive-se em Portugal um sentimento de urgência”, pois, continua, “o que está a ser destruído e o fundamento da democracia portuguesa, o seu cimento político, e mara qualquer perspetiva de futuro diferente da crise”.
Focando-se mais em Portugal, Ana Drago diz que “o problema português é essencialmente económico, e não é pensável fazer uma política de restrição orçamental quando temos uma dívida e um crescimento anémico. Não podemos olhar para o défice de forma cega quando a dívida continua a subir e os portugueses continuam endividados”.
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