"Há que dizer com clareza: Aquele homem não nos representa"
Ana Drago, rosto do projeto Tempo de Avançar, não deixará de lutar pela renegociação da dívida, mesmo que a Grécia não o consiga ou saia do euro. Sobre António Costa, diz que ?não pode discutir às segundas-feiras com Catarina Martins e às terças com Rui Rio?.
© Global Imagens
Política Ana Drago
Ana Drago comentou, em entrevista ao i, a situação que se vive na Grécia, dizendo que as negociações que o Syriza está a tentar fazer com as entidades europeias são uma “janela de oportunidade que terá impacto político na Europa”.
A antiga deputada do Bloco de Esquerda, e que integra agora o projeto Tempo de Avançar (AT) assume, contudo, que “vai ser um debate muito difícil se o processo negocial com o Syriza não resultar bem” e afirmou que a possibilidade de a Grécia sair do euro coloca a Europa num “cenário completamente novo” cujo significado ainda não é conhecido.
Mas não é por isso que o projeto do qual é rosto – que junta o partido livre Livre, os movimentos Manifesto e Renovação Comunista e até independentes – vai deixar de lutar pela renegociação da dívida, que chega a ser mais importante em Portugal do que na Grécia, não fosse “o peso da dívida no nosso PIB quase duas vezes o peso da dívida” naquele país, frisou.
“Que alma é que acha que uma reestruturação da dívida não beneficiava o país? Não há o mais leve sopro de evidência económica ou social de que isto esteja a resultar”, argumentou, referindo-se ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. “É preciso dizê-lo com clareza: aquele homem não nos representa”.
O contributo que pode ser dado pelo Partido Socialista ao país não foi esquecido na entrevista dada por Ana Drago, mostrando-se certa de que, a alguns meses das eleições legislativas, “não é aceitável que o PS olhe para a esquerda acusando-a sempre de não estar disponível para compromissos”.
“O PS tem de decidir o que quer fazer. António Costa não pode discutir às segundas-feiras com Catarina Martins e às terças com Rui Rio, tem de ter um posicionamento claro. Não é possível estar em todo o lado ao mesmo tempo”, salientou.
Já no que toca às eleições presidenciais, questionada sobre se António Vitorino seria um candidato capaz de representar a esquerda, Ana Drago foi perentória: “Jamais, em tempo algum”. Quanto a António Guterres, salientou que “esteve ausente durante toda a batalha dos outros”.
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