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Passos deve encontrar solução governativa ou "passar a vez"

O candidato à Presidência da República Paulo Morais considerou que o primeiro-ministro indigitado tem "a obrigação" de encontrar uma solução governativa e, caso não consiga, "passar a vez ao seguinte", para evitar continuar num "espetáculo lamentável".

Passos deve encontrar solução governativa ou "passar a vez"
Notícias ao Minuto

06:54 - 30/10/15 por Lusa

Política Paulo Morais

"O líder do PSD ganhou as eleições, teve mais votos e mais deputados, e isso dá-lhe direitos, mas também obrigações perante o eleitorado, porque ser primeiro-ministro não é um prémio para quem se portou melhor na campanha eleitoral", frisou Paulo Morais, na quinta-feira à noite, à margem da apresentação do seu livro Janela do Futuro, em Vila Nova de Gaia, Porto.

O candidato a Belém entendeu que, três semanas após as eleições, os portugueses não sabem o que vai acontecer, estão ansiosos e angustiados e criou-se na classe política uma "maior clivagem, sendo o "principal responsável" o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

"O que teria feito se fosse Presidente da República era, no dia a seguir às eleições, 05 de outubro, ter recebido todos os partidos com representação parlamentar e pedido ao líder do primeiro partido que apresentasse uma solução governativa em 48 horas", explicou.

Na sua opinião, se Passos Coelho não conseguisse uma solução tinha de ser dada oportunidade ao líder do segundo partido mais votado e, se este também não arranjasse, passaria ao terceiro.

Paulo Morais disse que as conversações entre os partidos foram "falsas negociações", porque quem quer negociar "a sério" não o faz na praça pública, mas sim discretamente.

"O que eles [partidos] fizerem foi brincar com os eleitores, mas isso só foi possível porque Cavaco Silva permitiu", adiantou.

Antigo vice-presidente da câmara do Porto, com os pelouros do Urbanismo, Ação Social e Habitação, durante o mandato de Rui Rio (PSD), de 2002 a 2005, Paulo Morais, 51 anos, notabilizou-se pelas posições anticorrupção.

Pertence à associação cívica Transparência e Integridade e é professor universitário.

A cerca de três meses do final do mandato do atual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, são já 17 os candidatos que anunciaram a intenção de entrar na corrida a Belém.

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