Negócio da TAP terá servido para "desviar as atenções" do Orçamento
Negócio da reversão da privatização da TAP foi o tema analisado por Luís Marques Mendes.
© Global Imagens
Política Marques Mendes
No tempo de antena da SIC, no habitual espaço de comentário sobre a atualidade, Luís Marques Mendes analisou o negócio da TAP, que acabou com a divisão do capital da transportadora aérea entre o consórcio Atlantic Gateway e o Governo, cada um com 50% do capital.
O comentador começou por referir uma “curiosidade”, nomeadamente o facto de o negócio da TAP ter sido apresentado “no mesmo dia” em que o Governo apresentou o Orçamento, uma possível “operação de marketing” que terá servido para “desviar as atenções”.
“Normalmente, em política é assim: quando eu estou um bocadinho aflito com uma decisão que me está a desgastar um pouco, normalmente anuncio outra medida para desviar as atenções”, exemplificou o social-democrata, acrescentando que “se essa não era a intenção, pelo menos foi a sensação que ficou”.
O comentador deixou ainda uma “palavra de felicitação” tanto ao Governo como aos privados, e explicou porquê. “A sensação que tenho é que um privado, se não concordasse, não assinava o acordo. Acho que por um lado [David Neeleman e Humberto Pedrosa] ficam satisfeitos porque agora partilham o risco. Sem este acordo, se alguma coisa corresse mal, a responsabilidade era inteiramente deles. Compraram a paz, ou seja, não estão uma guerra com o Governo”, analisou.
Sobre o Governo, Marques Mendes lembra que o “objetivo de ficar com a maioria não foi atingido”, que o Executivo “abriu uma guerra com os parceiros da oposição” e que “as sociedades em que o capital está partilhado a metades (50/50), normalmente tendem para o bloqueio”. “Esperemos que isso não aconteça”, acrescentou.
Como nota final, o social-democrata considera que “a grande diferença” entre a privatização feita pelo Governo de Passos e a reversão levada a cabo por Costa é apenas uma: “O Governo anterior tinha privatizado e havia um conjunto de garantias que estavam em contrato. Agora, este Governo, sendo acionista, está lá para vigiar o cumprimento de tudo isto. Não me parece que isso seja mau, a não ser que haja alguma coisa escondida no negócio”.
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