É "absolutamente irrelevante" relação pessoal entre Passos e Marcelo
O social-democrata Pedro Duarte, ex-diretor de campanha de Marcelo Rebelo de Sousa, considera "absolutamente irrelevante" a relação pessoal entre o Presidente da República e o presidente do PSD, defendendo que o interesse nacional se sobrepõe a isso.
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Política Pedro Duarte
Em entrevista à agência Lusa, questionado sobre de quem é a responsabilidade pela aparente relação tensa e de afastamento entre Marcelo Rebelo de Sousa e Pedro Passos Coelho, o antigo líder da JSD responde: "Eu diria que não sei e acrescentaria que não quero saber, no sentido de que não me parece que seja relevante".
"Os protagonistas políticos têm de ter a dimensão suficiente para colocar o interesse nacional acima de questões de simpatia pessoal ou de outra natureza mais intimista. Portanto, é absolutamente irrelevante qual é o nível de confiança pessoal que existe entre os protagonistas", defende.
Pedro Duarte reforça que "é muito importante que todos saibam, e em particular esses dois, colocar o interesse nacional sempre acima de qualquer outro" e considera que o plano pessoal não interfere na ação política do chefe de Estado e do presidente do PSD.
"Não sei avaliar, nem me interessa, como digo, qual é o relacionamento entre ambos. Não creio que isso tenha qualquer relevância do ponto de vista da ação política de qualquer um deles e, portanto, do país também", acrescenta.
Interrogado sobre a expressão "catavento político" que Passos Coelho incluiu na sua moção ao anterior Congresso do PSD, a propósito do perfil presidencial, Pedro Duarte conta que a subscreveu na altura e não foi daqueles que a consideraram uma referência a Marcelo Rebelo de Sousa.
"Não fiz essa interpretação, não", afirma.
No seu entender, tratou-se de "uma proclamação" sem grande importância, "suficientemente genérica e abrangente para ser subscrita pela generalidade das pessoas".
Sobre a atuação de Marcelo Rebelo de Sousa desde que tomou posse como Presidente da República, a 9 de março, o antigo deputado do PSD não considera que haja um apoio excessivo ao primeiro-ministro, António Costa.
"Espero que ele mantenha acima de tudo esta posição, como ele próprio se definiu, politicamente neutral, embora socialmente muito ativo e muito interventivo", declara. "Não devemos estar à espera de nada mais do que isso", acrescenta.
Antes de integrar a equipa da campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, que saiu vitoriosa, Pedro Duarte foi diretor de campanha de Luís Filipe Menezes para a Câmara Municipal do Porto, em 2013.
Nesta entrevista, o social-democrata declara que se mantém "afastado da vida política ativa" e escusa-se a tomar posição sobre a estratégia do PSD em relação às autárquicas de 2017.
Contudo, deixa críticas à gestão de Rui Moreira no Porto: "Tem com certeza os seus pontos positivos, como todos terão. Não vejo com muito agrado, confesso, que nalgumas áreas de intervenção ele tenha sido capturado por parte de algumas forças políticas e partidárias que manifestamente não tiveram o voto do povo portuense".
"Refiro-me em concreto ao PS, que em muitas áreas é decisivo e determinante na Câmara do Porto atualmente, quando teve um resultado que há de ter sido, provavelmente, o pior resultado da história do PS na cidade do Porto. Portanto, há aqui uma contradição. E essa parte confesso que não me agrada", reforça.
Por outro lado, manifesta-se a favor de "uma proposta nacional, global, de reforço do poder local e de descentralização para o país", defendendo que "a criação de alguns órgãos intermédios com relevância política seria muito importante para o país".
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