Todos os dias há "motivos de preocupação" com o Governo
A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque disse hoje que, cumpridos quatro meses do executivo do PS no poder, há "a cada dia novos motivos de preocupação" com o caminho trilhado pelo Governo socialista.
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Política Albuquerque
"A cada dia encontramos novos motivos de preocupação" com o Governo do PS, declarou esta noite, numa intervenção no 36.º Congresso do PSD, a antiga governante e atual deputada do PSD eleita por Setúbal.
Para Maria Luís Albuquerque, o PS aliou-se ao Bloco de Esquerda (BE) e Partido Comunista Português (PCP) com "uma única coisa em comum: a raiva que partilham contra o PSD, o ressentimento pelo sucesso" que, advogou, os sociais-democratas alcançaram na liderança do executivo anterior.
"Uma base tão negativa e um tão flagrante desrespeito pela vontade dos portugueses não poderá nunca contribuir para o sucesso do país", sublinhou a social-democrata, que apresentou no Congresso do partido a proposta temática "Afirmar Setúbal".
Maria Luís Albuquerque acusou ainda o Governo de trazer para a agenda política "temas fraturantes" com o objetivo de "distrair atenções", ao mesmo tempo que é "destruída a confiança de investidores internacionais", com a reversão de compromissos assumidos pelo país.
"Fatalmente, voltarão a colocar-nos numa situação de perda de soberania", frisou ainda, declarando que o executivo PSD/CDS-PP, no qual tutelou a pasta das Finanças, "lutou sempre pela distribuição mais justa de sacrifícios" entre os portugueses.
"Muitas reformas foram postas em prática mas muito estava ainda por fazer", reconheceu a antiga ministra, que comentou também o Programa Nacional de Reformas, que o executivo socialista tem neste momento em discussão pública.
E foi perentória: "Lamentavelmente o que vamos vendo faz-nos temer o pior. Muita cerimonia pública, muito 'powerpoint', muito 'show off' [exibicionismo], mas tanta ausência de estratégia, visão, medidas concretas, e pior, tanto mais do mesmo".
Portugal, acredita, tinha uma "oportunidade única" de reforçar o seu papel na Europa, já que o país conseguiu ser um "ativo" com a conclusão do programa de assistência financeira sem recurso a outro mecanismo do mesmo género.
"A Europa precisa do nosso sucesso como um elemento que reforça a coesão. Precisa de demonstrar que os países do sul também são capazes de se reformar, superar constrangimentos", vincou, alertando que "os custos de se perder" uma oportunidade de reforçar o papel do país a nível europeu irá pesar "durante muito tempo".
E concretizou: "Da minha parte, aqui estou para continuar no PSD, no parlamento, a lutar pelas nossas convicções, a defender sempre e acima de tudo os portugueses".
No que refere a Setúbal, distrito pelo qual foi eleita, Maria Luís Albuquerque disse que as eleições autárquicas de 2017 devem ser encaradas como um momento para o PSD "conquistar" municípios.
"Precisamos de conquistar autarquias no distrito, fazer refletir no poder local o que tantas vezes conseguimos nas legislativas: ganhar o distrito de Setúbal", apelou.
A nível local, Maria Luís disse que o PS comete "os mesmos erros que comete na gestão do país", atuando com "falta de estratégia e rigor financeiro".
A intervenção da social-democrata foi a que se seguiu à do presidente do partido, Pedro Passos Coelho, e quando Maria Luís Albuquerque falou eram bastantes os congressistas em pé ou que se deslocavam para o exterior da sala principal da Nave de Espinho, pavilhão onde decorre o congresso dos sociais-democratas.
Em dois momentos, contudo, foram vários os aplausos a algumas das ideias manifestadas por Maria Luís Albuquerque na sua intervenção de aproximadamente dez minutos.
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