Banif: Deputado relator quis falar para evitar "fuga de informação"
O deputado relator da comissão de inquérito ao Banif, Eurico Brilhante Dias, disse hoje que deu uma conferência de imprensa sobre a versão preliminar do relatório para falar em 'on' à imprensa e evitar "fuga selecionada" de informação.
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Política Brilhante Dias
"Entendi que não dizer nada tinha tanto risco como dizer alguma coisa", advogou, acrescentando ter perguntado os antecedentes nesta matéria e lhe ter sido dito que já houve por diversas vezes conferências de imprensa de deputados relatores para a apresentação das ideias centrais da proposta de relatório.
"No BES não foi assim", ripostou Carlos Abreu Amorim, do PSD, que com CDS-PP havia criticado a conferência de imprensa de sexta-feira do deputado relator, o socialista Eurico Brilhante Dias.
"O BES foi a única comissão de inquérito em que não foi assim", diria num aparte parlamentar o comunista Miguel Tiago.
Depois, Eurico Brilhante Dias sublinhou ter enviado na noite de quinta-feira o relatório preliminar aos deputados e assessores, num total de mais de 50 pessoas, pelo que seria possível haver "fugas de informação".
"Decidi, em consciência e sozinho, fazer essa apresentação" à imprensa na sexta-feira, concretizou.
O deputado relator da comissão de inquérito ao Banif sublinhou na sexta-feira que os "primeiros responsáveis" pelo que sucedeu ao banco são os administradores que geriram, de forma "insustentável", a entidade até 2012 - mas também apontou críticas ao poder político, supervisor e entidades internacionais.
Hoje, o texto está a ser apresentado na penúltima reunião prevista da comissão de inquérito - e todos os partidos já declararam que irão apresentar propostas de alteração, que serão votadas na quinta-feira.
Em 20 de dezembro de 2015, domingo ao final da noite, Banco de Portugal e Governo anunciaram a resolução do Banif, a venda de alguns ativos ao Santander Totta e a transferência de outros (muitos deles 'tóxicos') para a sociedade-veículo Oitante.
A operação surpreendeu pela dimensão do dinheiro estatal envolvido, que no imediato foi de 2.255 milhões de euros, o que obrigou a um orçamento retificativo.
A este valor há ainda que somar a prestação de garantias de 746 milhões de euros e a perda dos cerca de 800 milhões de euros que o Estado tinha emprestado em 2012 e que não tinham sido devolvidos.
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