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Ano Novo, comeram-se 12 passas... o que desejam os líderes parlamentares?

O Notícias ao Minuto perguntou aos líderes parlamentares dos partidos de fora do Executivo quais as suas expetativas para 2017 e que mudanças gostariam de ver neste Ano Novo. As respostas foram estas.

Ano Novo, comeram-se 12 passas... o que desejam os líderes parlamentares?
Notícias ao Minuto

08:08 - 01/01/17 por Notícias Ao Minuto

Política 2016 em revista

O Notícias ao Minuto foi ouvir* os líderes parlamentares dos partidos que não integram o Governo, pedindo-lhes que manifestassem as suas expetativas relativamente ao ano que começa hoje, bem como que revelassem desejos de Ano Novo para a política portuguesa. As respostas, umas claramente mais otimistas do que outras, foram as que se seguem.

Luís Montenegro, PSD

"Neste momento contamos com aquilo que é a perspetiva de continuar a cometer os erros que vêm detrás, porque a política orçamental, financeira e económica do Governo basicamente tem os mesmos alicerces e propósitos. Com uma agravante: teremos em 2017 ainda mais agravamento fiscal, ainda mais impostos do que tivemos em 2016, porque, entretanto, há que pagar um preço para as decisões e opções que o Governo tomou de acelerar a reposição de alguns rendimentos, além das consequências de ter a economia a crescer muito menos do que aquilo que era expetável".

Pedro Filipe Soares, Bloco de Esquerda

"O ano de 2016 foi agridoce no sentido em que poderíamos ter feito mais, acima de tudo, no sentido em que poderíamos ter protegido mais as pessoas. Nos passos futuros, temos já em cima da mesa a continuação da política de valorização dos rendimentos e da distribuição da riqueza e o aumento das pensões. O aumento extraordinário em 2017 é muito relevante e está alinhado no trabalho que estamos a fazer na recuperação dos escalões de IRS e acima de tudo no combate à precariedade para a valorização do trabalho com direitos.

Estas são questões importantes. São pelo menos os objetivos mais importantes que temos para o próximo ano e onde, ainda, se inclui a reestruturação da dívida para nos dar possibilidade de investimento público, de valorização dos serviços públicos. Investimento público criador de emprego, dinamizador da economia é também um dos temas que achamos é essencial estar em cima da mesa".

Nuno Magalhães, CDS

"O bem de Portugal é o bem do CDS. O CDS não faz uma política do quando pior, melhor. Desejamos que - não obstante esta política, este Orçamento, esta maioria e até os objetivos desta maioria, que são só e apenas impedir que a coligação que ganhou as eleições possa governar – possa haver menos desemprego sobretudo nos jovens e nas mulheres e possa haver maior qualidade na saúde, maior investimento no âmbito das forças de segurança e que o país possa crescer mais e melhor, nomeadamente que possam ser dadas mais condições para os empresários e para os trabalhadores portugueses poderem fazer o que têm feito e que fizeram numa altura duríssima, como foi a do programa de assistência económica e financeira, que é pôr o país a crescer com base no investimento e nas exportações."

João Oliveira, PCP

"São desejos numa perspetiva para a frente. A melhor perspetiva que nós poderemos ter para o futuro é que a ação e a luta dos trabalhadores e do povo português permitam ir ainda mais longe do que já se foi. Ou seja, que a ação e a luta dos trabalhadores e do povo permitam abrir uma outra perspetiva de levar ainda mais longe as conquistas que já se alcançaram; de levar ainda mais longe a resposta aos problemas que atingem o povo e o país; e de levar ainda mais longe a possibilidade de concretização de uma política alternativa, uma política patriótica e de Esquerda, como nós a caracterizamos. Que se dê de facto estas respostas estruturantes aos problemas estruturantes do país".

Heloísa Apolónia, Os Verdes

"Fundamentalmente, o meu desejo e o desejo dos Verdes é que o Governo, a Assembleia da República e todos nós trabalhemos com o olhar sobre as necessidades do país. Se nós trabalharmos com o olhar nas necessidades do país teremos condições para dar muitas respostas aos problemas das pessoas. Se desviamos o olhar do país, então está tudo tramado. A recuperação de rendimentos está a ser feita, mas falta ainda investimento ao nível dos serviços públicos, ao nível dos transportes, da saúde, da educação, ao nível de tantos serviços públicos que só funcionam se tiverem funcionários e meios. A matéria do investimento deve ser vista como retorno para o país. E costumo dizer isto, [a propósito do papel dos Verdes no Governo], não estamos nisto para passar a perna a ninguém, estamos nesta legislatura com grande seriedade, mas também não estamos aqui para fazer favores a ninguém. Não deixaremos evidentemente de apresentar todas as propostas que considerarmos importantes e depois cada partido, de acordo com a sua própria consciência, tomará a posição que entender".

André Silva (PAN) 

"Este Governo tem-se pautado, de forma positiva, por uma trajetória de reposição de rendimentos e maiores garantias sociais. Isso é inequívoco, é um contributo que este Governo tem dado. Contudo, entendemos que está na hora de estender estas preocupações à grande crise que vivemos – a das alterações climáticas -, ao ambiente e também, de uma vez por todas, que se altere o paradigma e a visão utilitarista sobre os animais. Esperamos que consigamos em conjunto promover, debater, desenvolver iniciativas legislativas para dar maior proteção aos animais. A nota de esperança que deito para o ano é que o Governo não só continue as políticas sociais que tem desenvolvido, mas também que estenda esta ambição à área ambiental e à área dos direitos dos animais”.

*Trabalho realizado em conjunto pelas jornalistas Patrícia Martins Carvalho; Andrea Pinto; Inês André de Figueiredo; Inês Esparteiro Araújo; Melissa Lopes e Carolina Rico

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