"Quem fingir no poder local, pode aguentar um mandato, pode até fazer dois mas não engana as populações sempre. É preciso ser genuíno. E o que vemos por aí é gente muito pouco genuína que se serve do lugar e das populações", disse Fernando Ruas que falava na Maia, distrito do Porto, onde decorre esta tarde a Convenção Autárquica Nacional do PSD.

O social-democrata apontou que "o PSD tem de ser forte nas autarquias" porque "é um partido do poder local", aproveitando para dar conselhos e fazer apelos aos candidatos que diz serem "gente muito mais ligada às populações".

"É bom que os autarcas do PSD voltem de novo a representar e a ter a responsabilidade das autarquias portuguesas porque com certeza é gente muito mais confiável, mais preparada e mais reivindicativa e sobretudo gente muito mais ligada às populações", desenvolveu.

Antes, Fernando Ruas tinha motivado aplausos da audiência composta por centenas de candidatos às eleições agendadas para 01 de outubro, ao ter referido que a virtude da luta às câmaras é que governa quem ganha.

"Aqui governa quem ganha, aqui governa quem tem a maioria. Aqui não se deixa governar quem não ganhou as eleições. Quem quiser vem outra vez a eleições", frisou.

Fernando Ruas destacou a "proximidade" dos presidentes de câmara às pessoas, razão pela qual disse ter "muita consideração por todos os candidatos", somando um "testemunho de grande apreço para com os autarcas de freguesia".

O ex-presidente da câmara de Viseu e da Associação Nacional de Municípios portugueses, aconselhou os candidatos a não fazerem programas "muito rebuscados" e deixou um pedido: "Não ao conflito de gerações. Ninguém ganha com isso", referiu.

Nesta Convenção Autárquica Nacional, que é encerrada pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, os candidatos do PSD às eleições autárquicas aproveitam para assinar a Carta 7.17 que contém sete compromissos.

O primeiro é a promessa de colocar o cidadão no princípio e no fim da ação política, ouvir o povo e dar expressão às suas ambições e o segundo passa pela transparência, com o empenho num "bom governo".

Com o terceiro compromisso, os candidatos sociais-democratas comprometem-se com a prosperidade e consolidar a "'urbe' como motor da economia nacional", articulando-se com "o setor social".

Já o quarto passa pela inovação e na utilização do "poder transformador da tecnologia" para construir a "cidade inteligente" e o quinto é a favor da sustentabilidade ambiental, económica e social.

O sexto compromisso é pela reforma do sistema democrático, a favor da descentralização para as autarquias e para "ultrapassar a crise do sistema representativo".

E, por fim, o sétimo compromisso é com a liberdade, descrita como "traço definidor da autarquia".