"Indignação" ao Governo pode ir para a abstenção
O candidato socialista à Câmara de Sintra, Basílio Horta, advertiu hoje que o PS tem de combater a hipótese de a "indignação" ao Governo resvalar para a abstenção ou para o "voto inútil" nas eleições autárquicas.
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Política Basílio Horta
Esta ideia foi transmitida por Basílio Horta, também vice-presidente da bancada socialista, no encerramento das Jornadas Parlamentares do PS em Sintra.
O deputado independente do PS e fundador do CDS, que foi muito aplaudido, fez um discurso com críticas ao Governo, ao Presidente da República, Cavaco Silva, e defendeu que as eleições de 29 de setembro deverão constituir "uma censura" ao executivo PSD/CDS.
"É necessário que o eleitorado diga não a este Governo, e o PS tem o direito e o dever de ser a voz política e tribunícia dessa indignação. O resultado das eleições [autárquicas] deve ser claramente um voto de censura a este Governo. O voto de censura que não foi aprovado no parlamento será agora, seguramente, aprovado pelos eleitores nas eleições", disse.
A seguir, no entanto, o ex-presidente da AICEP deixou um aviso aos socialistas, contrariando triunfalismos: "É indispensável que o PS não deixe resvalar a indignação face ao Governo para a abstenção ou para outros votos inúteis".
"Nenhum voto se pode perder nestas eleições" autárquicas, frisou Basílio Horta.
Na sua intervenção, Basílio Horta atacou também duramente o Governo e visou o Presidente da República, Cavaco Silva.
"Este Governo despreza as pessoas, basta ver o que está a fazer agora com o subsídio de férias. E a posição do Presidente da República? Que desilusão enorme", exclamou, referindo que o chefe de Estado tem "o poder moderador, a fiscalização e a voz dos cidadãos que não têm voz".
"Onde está essa voz? É um aspeto importante que ainda mais desumaniza a sociedade", acrescentou, num discurso em que assumiu como objetivo eleitoral vencer com maioria absoluta na corrida à presidência da Câmara de Sintra.
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