"O País não precisava disto nesta altura"
O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Fernando Ruas, considerou hoje, a propósito da atual crise política, que a pior coisa que pode acontecer ao país "é interromper agora a maratona e começar outra de início".
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Política Fernando Ruas
"Acho que o país não precisava disto agora. A pior coisa que pode acontecer é interrompermos isto agora e começar de novo outra maratona", explicou aos jornalistas, quando questionado sobre a situação política atual, à margem da cerimónia de adesão do município de Viseu ao Instituto Pedro Nunes.
O também presidente da Câmara de Viseu escusou-se a fazer comentários alongados à crise política, depois das demissões dos últimos dias, porque esteve na Suíça a receber o prémio "Best City" e só regressou hoje a Portugal.
"Não sei quem é que é protagonista nesta situação, vou saber e depois farei os meus comentários. No entanto, acho que o país não precisava disto nesta altura", insistiu.
Na sua opinião, todas as maratonas exigem muitos sacrifícios e "há muita gente que já transpirou, que se aleijou e verteu algum sangue".
"Não sei bem em que ponto da maratona estamos, quero crer que estamos para lá do meio, perto do final. Parece-me bem que esta maratona continue”, afirmou.
Fernando Ruas sublinhou ainda que tudo o que se pudesse fazer para evitar uma coisa destas deveria ter sido feito.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, apresentou na terça-feira o seu pedido de demissão ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. Paulo Portas referiu, num comunicado, que a decisão era “irrevogável” e justificava-a com a discordância na escolha de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças, depois da saída de Vítor Gaspar, na segunda-feira.
Mais tarde, Pedro Passos Coelho anunciou que tenciona manter-se como primeiro-ministro, numa declaração ao país, feita na sequência do pedido de demissão de Paulo Portas do cargo de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
Na mesma declaração, o primeiro-ministro disse que não aceitou o pedido de demissão de Paulo Portas, pelo que não propôs a exoneração ao Presidente da República do ministro dos Negócios Estrangeiros.
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