Incêndios: PEV diz que Governo mostrou abertura face às empresas afetadas
O partido ecologista "Os Verdes" anunciou hoje que o Governo mostrou abertura face à situação das empresas atingidas pelos incêndios e que não possam cumprir o prazo do Pagamento Especial por Conta (PEC) que vence na terça-feira.
© Global Imagens
Política José Luís Ferreira
"Na sequência dessa preocupação que nos pareceu justa, transmitimo-la ao Governo, que nos disse que estava a olhar com muita atenção e que havia possibilidade de se avançar", disse à Lusa o deputado José Luís Ferreira.
Após uma visita a Santa Comba Dão, Vouzela e Oliveira de Frades, no fim de semana, o PEV pediu ao Governo que atendesse à situação das empresas destruídas pelos incêndios de outubro, para que não entrem em incumprimento fiscal caso falhem o Pagamento Especial por Conta.
A solução ficou nas mãos do Governo, podendo passar por uma prorrogação do prazo de pagamento, acrescentou.
"Vimos instalações completamente queimadas, sem qualquer estrutura do ponto de vista logístico", sublinhou o deputado ecologista, considerando que a possibilidade de falhar o pagamento do PEC atinge, sobretudo, as médias empresas.
Só em Oliveira de Frades os prejuízos em micro, pequenas e médias empresas são da ordem dos 100 milhões de euros, afetando mais de 300 postos de trabalho diretos, de acordo com o PEV.
Esta proposta já tinha sido feita por partidos políticos, como o PSD, e também pela Associação Nacional de Contabilistas (ANACO), que apelou ao ministro das Finanças, Mário Centeno, para que seja prolongado o prazo de entrega de algumas obrigações fiscais, para que os afetados pelos incêndios possam ter mais tempo para cumprir essas regras.
Uma dessas obrigações é o PEC, que termina na terça-feira, dia 31 de outubro, e que a ANACO apelou para que fosse "permitido às empresas dos concelhos afetados que o paguem até ao dia 15 de novembro".
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.
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