Política? "A importância dos jovens é muitas vezes negligenciada"
A deputada do PS ressalva a importância do papel dos jovens na sociedade e na política, fazendo um paralelismo com o momento revolucionário, levado a cabo pelos jovens, contra a cultura norte-americana das armas.
© Global Imagens
Política Gabriela Canavilhas
A deputada socialista, Gabriela Canavilhas, escreve esta sexta-feira, na Ação Socialista, um texto de opinião em que reconhece a importância dos jovens na sociedade e na política. Para isso, explora o exemplo do movimento norte-americano March for Our Lives e a tragédia ocorrida recentemente na escola Marjory Stoneman Douglas High em Parkland, na Flórida.
“Os estudantes da escola martirizada, liderados, entre outros pela extraordinária Emma Gonzalez, uma jovem de 17 anos, conseguiram emocionar e catalisar os media e a opinião pública para o problema da venda livre de armas nos Estados Unidos”, escreveu, salientando que estão “pela primeira vez, a fazer vacilar seriamente o dogma profundamente enraizado na cultura americana assente na propriedade e manuseamento livre de armas de fogo pelos cidadãos americanos”.
Além disso, aponta o dedo à “resposta de Donald Trump” que sugeriu que os professores devem estar armados. "É o último passo para a militarização da sociedade”, afirmou, fazendo a ponte para a importância que o movimento March for Our Lives, que visa mudar o paradigma das armas nos Estados Unidos.
“As 30mil mortes anuais por armas de fogo ou os 18 atentados em escolas com mortes de crianças” são, na sua opinião “fundamentos evidentes” da revolta vivida.
É aqui que entram os jovens, os principais impulsionadores destes movimentos e desta quebra de pensamento, há tantos anos enraizados na sociedade americana. “A importância dos jovens é muitas vezes negligenciada. Erradamente. É neles que reside a visão transparente da sociedade, limpa de compromissos, desprendida dos enredos dos acordos políticos e dos contextos”, explica a deputada, afirmando que estes jovens transportam consigo “uma emoção que falta à política”.
Gabriela Canavilhas deixa ainda um repto ao Partido Socialista, assim como aos próprios jovens. “Também aqui precisamos que os jovens sejam mais interventivos, que tenham uma voz mais ativa e mais disruptiva. O PS tem que os ouvir e deve estar permanentemente alerta para os jovens, mas, para isso, é preciso que eles falem, escrevam, comuniquem. Nós estaremos a ouvir”.
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